MUNDO
ESPÍRITA OU DOS ESPÍRITOS
CAPÍTULO X – OCUPAÇÕES E MISSÕES DOS ESPÍRITOS
563. São incessantes as
ocupações dos Espíritos?
“Incessantes,
sim, atendendo-se a que sempre ativos são os seus pensamentos, porquanto vivem
pelo pensamento. Importa, porém, não identifiqueis as ocupações dos Espíritos
com as ocupações materiais dos homens. Essa mesma atividade lhes constitui um
gozo, pela consciência que têm de ser úteis.”
a) - Concebe-se isto com
relação aos bons Espíritos. Dar-se-á, entretanto, o mesmo com os Espíritos
inferiores?
“A
estes cabem ocupações apropriadas à sua natureza. Confiais, porventura, ao
obreiro manual e ao ignorante trabalhos que só o homem instruído pode
executar?”
Ocupações incessantes
Os Espíritos puros têm
ocupações permanentes no imenso campo de atividades de Deus. É bom que a nossa
compreensão atinja as verdades espirituais: podemos considerar a Terra como uma
vinha grandiosa, uma oficina de trabalho, em que cada um tem sua ocupação, de
acordo com as possibilidades que alcançou. Somente o trabalho nos eleva, quando
a nobreza de caráter nos inspira.
Podemos verificar a que
ordem pertence um Espírito, pelo trabalho que ele realiza, pelos seus
pensamentos e ideias. Quando uma alma nos deseja influenciar para o mal, ela
ainda está presa no que pensa e faz. Notemos os grandes vultos da sociedade:
eles são exemplo máximo das realizações, e as fazem com alegria. Mesmo que as
enfermidades queiram dar um sinal vermelho aos seus nobres ideais, eles não
param. Seus pensamentos são cada vez mais purificados pela grandeza de seus
corações, para estender a fraternidade cada vez mais, como laços eternos nos
corações.
Mesmo os Espíritos
inferiores não ficam inertes; eles fazem alguma coisa que a bondade divina
determina. Como em uma grande obra no mundo, é necessário o trabalhador, desde
o mais humilde servente, até o mais hábil engenheiro, Deus se serve de todos,
para que dê formação grandiosa a tudo. Somos filhos nascidos do mesmo Pai
amoroso e santo, que não Se esquece, do vírus ao homem, do anjo à corte de
ministros que o cerca, irradiando o puro amor.
O Senhor distribui a todos
os Seus filhos a mesma cota de vida. A diferença que existe é que nem todos
respiram o mesmo alimento, mas, sim, cada um de acordo com a evolução que
alcançou.
Notemos o que se encontra em
Atos dos apóstolos, dito por Pedro: Reconheço por verdade que Deus não faz
acepção de pessoas. (Atos, 10:34)
Ele ama a todos na mesma
dimensão de vida, por serem todos Seus filhos. Pelo que se vê na Terra, pode-se
notar que a chuva é para todos, caindo em todos os lugares com a mesma
substância divina de vida. Os ventos sopram com os mesmos elementos, e o sol
não deixa de fazer a mesma coisa. Por aí, raciocinamos sobre as outras coisas
em todos os rumos de atividade. As ocupações dos Espíritos são inúmeras, de
acordo com o grau a que pertencem. Quanto mais cresce a alma, mais seu labor
purifica. As ferramentas dos Espíritos superiores são seus pensamentos educados
e instruídos para a manifestação do Criador. A vontade do Pai é soberana em
toda a Sua casa universal. Não há sofrimento nas ocupações dos Espíritos puros.
Acontece o contrário: eles sentem gozos nas suas ocupações, prazer indizível
que ultrapassa todos os modos de assimilação do raciocínio humano. Somente a
intuição apurada no reino do amor pode sentir os gozos celestiais, donde se
compreende o valor do trabalho com Jesus.
Aos espíritas cabe entender
a mensagem do Evangelho com mais propriedade, pelos canais da mediunidade que
cultivam, nas bases do amor e da própria ciência. A Doutrina dos Espíritos,
codificada por Allan Kardec, é a volta de Jesus, a anunciar coisas novas que
Ele, na época, não poderia dizer. Os espíritas são, por assim dizer, os novos
discípulos que devem ouvir a voz do Mais Alto, purificando seus sentimentos,
deixando o fardo das preocupações terrenas e o jugo das próprias inferioridades
buscando, na verdade, a sua libertação espiritual.
Quando o Espírito alcança
determinada posição na escala evolutiva, ele aproveita o tempo de maneira que
esse tempo aproveitado com Jesus descarrega suas faltas, não mais pelo
sofrimento, mas, amando a tudo e a todos sem distinção, reconhecendo que Deus é
amor.
Fonte:
O livro dos Espíritos. Allan
Kardec. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB, DF.
Filosofia espírita. Psicografada por João Nunes Maia/Miramez. Fonte viva, Belo Horizonte. 10 volumes.
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