MUNDO
ESPÍRITA OU DOS ESPÍRITOS
CAPÍTULO X – OCUPAÇÕES E MISSÕES DOS ESPÍRITOS
564. Haverá Espíritos que se
conservem ociosos, que em coisa alguma útil se ocupem?
“Há,
mas esse estado é temporário e dependendo do desenvolvimento de suas inteligências.
Há, certamente, como há homens que só para si mesmos vivem. Pesa-lhes, porém,
essa ociosidade e, cedo ou tarde, o desejo de progredir lhes faz necessária a
atividade e felizes se sentirão por poderem tornar-se úteis. Referimo-nos aos
Espíritos que hão chegado ao ponto de terem consciência de si mesmos e do seu
livre-arbítrio; porquanto, em sua origem, todos são quais crianças que acabam
de nascer e que obram mais por instinto que por vontade expressa.”
Espíritos ociosos
A vida no universo é
diversificada em todos os seus fundamentos. Quando falamos que a vida é
movimento, é que realmente não existe vida sem que ela se mova. A própria linguagem
se nos mostra fraca para explicarmos determinados assuntos, de modo que a compreensão
se faça mais clara para os homens.
Existem Espíritos ociosos? É essa a interrogação que nos inspirou esta página. De fato, existem Espíritos ociosos, preguiçosos, que não desejam trabalhar. Pela expressão do assunto nos parece que esses Espíritos estão na quietude total. Não, os Espíritos que nada desejam realizar, estão progredindo, embora muito lentamente, sem a sua participação e, sim, pela força do progresso universal, que é a bondade do Criador. Eles dormem, mas não a lei do amor que nos sustenta a todos. Ela é dinâmica, desde a intimidade da menor partícula às galáxias, estruturando tudo na sequencia espiritual e dando a tudo condições de engrandecer-se para Deus.
Nada para na criação, e o
próprio tempo se encarrega de despertar os que dormem para a realidade cósmica.
Quando acordamos, passamos a ativar a nossa parte, e crescemos com a nossa boa
vontade. Na profundidade do termo, não existe ociosidade; todos caminhamos pela
vontade d'Aquele que nos criou. Porém, todo sono é transitório, e, se é transitório,
mesmo quando estamos dormindo, opera-se em nós o crescimento, por lei. Compete
a nós outros observar essa verdade; é Deus em tudo acionando a vida para dar
mais vida.
O tempo nos mostrará que o
trabalho honesto nos dá prazer. Nele, e por ele, nasce a esperança, porque não
existe felicidade sem trabalho, e o maior prazer dos Espíritos elevados é o
labor honesto. É cumprir a vontade de Deus na sequencia que lhes é própria, sob
o comando universal. Todos fomos feitos iguais. Não há razão para a desarmonia
dos nossos sentimentos, nem para que a mecânica universal mude o seu ritmo. Se
Deus criou o amor como lei maior, o nosso dever é amar a Ele sobre todas as
coisas e ao próximo, ou a tudo, como a nós mesmos. Segue-se daí, que, sem
obediência às leis estabelecidas, não existe paz para as consciências.
Se encontras alguns
companheiros ociosos, e são muitos, não os julgues, nem tires deles as
oportunidades do despertar para o labor. Isso provém da sua estatura
espiritual. Ajuda-os com os teus recursos, porque todos nós precisamos, de
algum modo, dos cireneus bem como de sermos um deles nos caminhos que
trilhamos.
Quem vive nas trevas, quando
conhece a luz não deixa de procurá-la. Sendo ela melhor, a própria vida nos
inspira para tal desejo, e ele arde em nós por novos padrões de vida e
conforto. Quem não sabe que a alegria é melhor que a tristeza, o amor melhor
que o ódio, a paz melhor que a guerra? O estado de ociosidade é temporário.
Quem dorme em demasia, cansa-se da ociosidade. O trabalho é saúde, um
despertador de virtudes, desde que seja feito com honestidade e amor.
Já pensaste se Deus parasse
de operar na Sua criação? Ele nunca entrou na ociosidade, por isso, vamos
trabalhar todos os dias, por amor à causa da vida, porque quem realiza está no
caminho da felicidade. Tiremos por exemplo as abelhas, as formigas, os animais,
as aves, os peixes. Todos eles têm sua cota de trabalho que às vezes os homens
ainda ignoram.
O Evangelho é, acima de
tudo, um estatuto de trabalho para a humanidade. Trabalhar para a humanidade é
lei de progresso e bem-estar para a vida na Terra, e saber trabalhar com Jesus
é vida que alimenta vidas, é tranquilidade para a consciência.
Fonte:
O livro dos Espíritos. Allan
Kardec. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB, DF.
Filosofia espírita. Psicografada por João Nunes Maia/Miramez. Fonte viva, Belo Horizonte. 10 volumes.
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