MUNDO
ESPÍRITA OU DOS ESPÍRITOS
CAPÍTULO X – OCUPAÇÕES E MISSÕES DOS ESPÍRITOS
565. Atentam os Espíritos em
nossos trabalhos de arte e por eles se interessam?
“Atentam
no que prove a elevação dos Espíritos e seus progressos.”
A arte
Os Espíritos elevados
atentam para o trabalho honesto. A arte é um dom que a alma desenvolve, já
existente no seu celeiro de vida. O pintor, o escritor, o escultor, enfim, em todos
os trabalhos empreendidos pelos homens, que têm o traço do progresso, os
Espíritos puros os assistem, dando melhor brilho a este exercício, para mostrar
cada vez mais a beleza daquilo que pode fazer o homem.
O artista em geral pode ser um médium, no entanto, é de sua alçada escolher qual o tipo de assistência que lhe convém atrair. Jesus, o Mestre dos mestres, na Sua arte divina, veio nos mostrar como poderemos atrair os Espíritos angélicos para nos coadjuvar os trabalhos por nós empreendidos, modificando nossos sentimentos, limpando nossa mente das mazelas inferiores. A força divina cresce em nós, e plasmamos nela o que desejamos ser, ao passo que, se nos educarmos nos conceitos evangélicos, teremos companhias espirituais elevadas, de forma que a nossa vida será compartilhada com a vida do Cristo em nós, que é nosso motivo de glória.
Tudo no mundo cresce, e a
esse crescimento chamamos de progresso. De acordo com o despertamento das
nossas qualidades, tudo em torno de nos muda, acompanhando-nos e nos dando
condições para novas elevações espirituais. Nada fica parado no tempo; nem no
espaço. Se tudo se move para evoluir, estacionar é querer mudar as leis de
Deus, que se move sempre.
Somente Deus, pelo que
sabemos, não evolui, por ser a Perfeição Absoluta, não precisando da força do
progresso. Ele é o Criador de tudo, porém, depois d'Ele todos os Seus filhos
que O cercam, em todos os departamentos do universo, anseiam por subir mais,
dilatar seus conhecimentos de dimensão para dimensão.
Nós precisamos entender as
leis estabelecidas por Deus, que nos protegem. Quando o homem começa a
entendê-las, ele passa a se desprender das coisas materiais, por saber que tudo
pertence a Deus e que o seu uso bem formado na sinceridade é o justo, e não
impede seu crescimento espiritual.
O primeiro impulso da
criatura que reconhece que a vida continua além do túmulo, é o gesto de
renúncia, marcando assim sua firmeza na fé, consciente de que, sendo ele filho,
nada lhe faltará nos caminhos a percorrer. O termo renúncia deve ser bem entendido
na sua profundidade. Devemos notar o que ocorreu com Barnabé, ao ser chamado
para a vida cristã: Como tivesse um campo, vendendo-o, trouxe o preço e
depositou aos pés dos apóstolos. (Atos, 4:37)
Para acompanhar o Cristo
como um dos Seus seguidores, não se pode estar preso aos bens materiais,
devendo-se ser livre; entretanto, a renúncia não está somente nos bens
materiais: ela avança a área moral, como todas as outras situações que existem,
em se compondo a vida reta das criaturas humanas. José Barnabé, levita, era
natural de Chipre, onde ele deveria dar exemplos da mais alta honestidade com o
Cristo, e o desprendimento daquilo que mais os cipriotas valorizavam: os bens
materiais.
Qual a renúncia que já
fizeste em favor da tua solidificação na Doutrina do Cristo de Deus? E, como
espírita que deves ser, já motivaste renúncias no silêncio da tua vida,
mostrando sem palavras que confias na Força Soberana e na Sua justiça? Os
Espíritos superiores se interessam por todos os movimentos onde brilham a
honestidade, o amor e a perfeição. Se te esforças no autoaperfeiçoamento, mãos
invisíveis estão ao teu lado, ajudando-te carregar a tua cruz e te instruindo
acerca da vida que continua.
A renúncia cristã é uma arte
que atrai para o coração a luz do amor.
Fonte:
O livro dos Espíritos. Allan
Kardec. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB, DF.
Filosofia espírita. Psicografada por João Nunes Maia/Miramez. Fonte viva, Belo Horizonte. 10 volumes.
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