MUNDO
ESPÍRITA OU DOS ESPÍRITOS
CAPÍTULO X – OCUPAÇÕES E MISSÕES DOS ESPÍRITOS
567. Costumam os Espíritos
imiscuir-se em nossos prazeres e ocupações?
“Os
Espíritos vulgares, como dizes, costumam. Esses vos rodeiam constantemente e
com frequência tomam parte muito ativa no que fazeis, de conformidade com suas
naturezas. Cumpre assim aconteça, porque, para serem os homens impelidos pelas
diversas veredas da vida, necessário é que se lhes excitem ou moderem as
paixões.”
A.K.:
Com
as coisas deste mundo os Espíritos se ocupam conformemente ao grau de elevação
ou de inferioridade em que se achem. Os Espíritos superiores dispõem, sem
dúvida, da faculdade de examiná-las nas suas mínimas particularidades, mas só o
fazem na medida em que isso seja útil ao progresso. Unicamente os Espíritos
inferiores ligam a essas coisas uma importância relativa às reminiscências que
ainda conservam e às ideias materiais que ainda se não extinguiram neles.
Prazeres e ocupações
Nos teus prazeres e
ocupações te cercam muitos Espíritos no mesmo nível dos teus sentimentos. A lei
é justa e correta. Ela garante a estabilidade do que és, com o que podes atrair
pelos pensamentos, configurando, assim, a tua vida, na vida dos que te cercam.
Se ainda estás envolvido em paixões inferiores, certamente que Espíritos da
mesma estirpe te acompanham, inspirando-te os seus desejos. Entretanto, a
bondade de Deus a ninguém deixa órfão do Seu amor, e sempre ordena que
Espíritos de alta linhagem espiritual te acompanhem mesmo à distância, a
desfazerem o que seja a mais em teu fardo a carregar, traduzindo tudo que
recebes em lições edificantes, sabendo que, no amanhã, poderás ser um dos que
guiam, livre pelo amor universal.
Se nada se perde, o Espírito
é que vai se perder? Os ditos demônios são almas que logo se cansam de
perturbar o ambiente e os homens, e passam a ser alunos de Jesus, ao verificarem
que somente o amor traz alegria para sempre, e que o mal não compensa. O espírita
deve ter cuidado com os seus prazeres e ocupações, porque nesses sentimentos é
que deverão atrair algumas almas com os mesmos ideais.
Ao Espiritismo cumpre
despertar os encarnados para os seus deveres e mostrar, a cada dia que passa,
que devem reformular seus ideais, mudar, se ainda não mudaram, seus hábitos,
esquecer que existe o mal e aproveitar todo o tempo no bem comum, visando o
progresso dos seus semelhantes e de todas as coisas.
Se na Terra formaste um lar,
podes ser instrumento para outros reencarnarem. Não foi por acaso a união de
almas idealizadas por Deus; foi para que o amor pudesse surgir nos corações e
desenvolver-se no tempo, com novas feições de vida. Vejamos o que Jesus disse: Porque onde estiverem dois ou três reunidos
em meu nome, ali estou no meio deles. (Mateus, 18:20)
Se o Mestre é afundamento da
vida na Terra, Ele cuida de instruir as vidas que nela estagiam, e essa Sua
promessa é sempre cumprida. Em um lar se reúnem duas ou mais pessoas em Seu
nome, por compromissos no mundo espiritual e, reunindo-se em Seu nome, Ele
estará sempre no meio, dando assistência e dirigindo os corações para a
formação daqueles que chegam para amar e instruir, e dos que vêm para serem
amados e instruídos.
Deves compreender que o
ciúme e as paixões inferiores podem te levar ao caos, podem te levar a duros
sofrimentos, e se já sabes disso, podes evitar muitos males, corrigindo muitos
sentimentos que não estejam em harmonia com o Cristo. Se não modificares,
purificares teus sentimentos, os Espíritos vulgares aproximar-se-ão de ti,
inspirando suas paixões que, por vezes, são piores do que as dos homens.
Todas as ideias são sementes
que podem germinar, desde quando encontrem terra que as assimile. O Mestre foi
o grande semeador, favorecendo todas as terras dos corações, com as sementes do
amor, diversificadas em muitas virtudes. E a Doutrina dos Espíritos é a
revivescência do Senhor, mostrando em toda a sua extensão as claridades do
Evangelho, para que as criaturas possam sentir-se seguras de que estão
acompanhadas pelos anjos, crescendo nos corações a esperança de que existe a
felicidade para todos, sem distinção.
Combatamos, pois, o egoísmo
e o orgulho, como sendo chagas da humanidade, lepra terrível que faz sofrer
todos os povos. Procuremos a verdade, que ela é Jesus com os braços abertos
para nos livrar de todo mal, fazendo despertar em nossos corações o puro amor.
Fonte:
O livro dos Espíritos. Allan
Kardec. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB, DF.
Filosofia espírita. Psicografada por João Nunes Maia/Miramez. Fonte viva, Belo Horizonte. 10 volumes.
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