MUNDO
ESPÍRITA OU DOS ESPÍRITOS
CAPÍTULO X – OCUPAÇÕES E MISSÕES DOS ESPÍRITOS
568. Os Espíritos, que têm
missões a cumprir, as cumprem na erraticidade, ou encarnados?
“Podem
tê-las num e noutro estado. Para certos Espíritos errantes, é uma grande ocupação.”
Espíritos errantes
A missão dos Espíritos
errantes consiste em ocupar suas mentes no trabalho em favor da coletividade, e
mesmo que não seja desta forma, sempre o bem está presente nos seus ideais, e,
conforme o desempenho, eles avançam na escala do progresso. As missões destes
Espíritos podem ser como encarnados ou como desencarnados, na erraticidade.
O Espírito, quanto mais cresce espiritualmente, mais realiza. É qual o pensamento: se encontra sempre em movimento. Eis aí a vida e o próprio amor. Os Espíritos a que chamamos errantes têm suas tarefas onde quer que seja, e é pelo trabalho que lhes cumpre fazer, que vão alcançando sua libertação.
A alma, quando reconhece que
é filha de Deus e alimenta o respeito por esse ser grandioso que a criou,
quando ama a Deus sobre todas as coisas, está segura do seu caminho e nada teme
dos processos de evolução que por certo virão ao seu encontro.
Todos nós temos guias
espirituais, encarnados e desencarnados, e quando sentimos bem-estar na
consciência com os seus conselhos e exemplos, a razão nos afirma que é a
verdade. E se alguém acha errado o roteiro que trilhamos com eles? Podemos
responder como João anotou no Evangelho: Ele retrucou: Se é pecador não sei;
uma cousa sei: eu era cego, e agora vejo. (João, 9:25)
O Espírito que trilha o
caminho das paixões inferiores, que tudo o que faz e inspira fazer é criando
desarmonia nos outros, é verdadeiramente cego. Depois que conhece a Jesus, que
alguém em nome do Mestre o guia, ele passa a ver claramente as coisas e as leis
de Deus palpitando em tudo, a nos falar na linguagem universal, por vezes sem
palavras.
A carne constitui uma
prisão, de certa forma, mas, se temos olhos para ver, é uma escola como sendo bênção
de Deus para o nosso aprendizado. Se assim podemos comparar, diremos que o
Espírito vai descendo até a carne, ponto de apoio para a sua subida verdadeira,
e desce a ela quantas vezes for necessário, na expressão de vidas sucessivas. A
reencarnação é lei universal em todos os mundos e em todos os reinos da
natureza.
O Espírito desperta como
encarnado ou na erraticidade; todo lugar é lugar para se crescer. Não deves
entristecer os que estão nas escalas primárias; algum dia estarão no cimo da
escada de Jacó, que simboliza bem a elevação da alma de degrau a degrau, de
passo a passo, sem violentar as leis divinas. Deus não tem pressa, mas não
para.
Deus não tira as ocupações
dos Seus filhos; elas são funções divinas que transformam a intimidade de cada
criatura em paraíso de luzes, em templo sagrado de vida eterna. Aos que se
encontram na carne, nós os concitamos a que aproveitem as oportunidades de servir
aonde forem chamados a operar.
Estamos constantemente sendo
chamados e escolhidos para etapas de trabalhos. Precisamos acordar do sono que
a ignorância nos impõe. Mesmo a alma que não se preocupa com trabalho algum
está trabalhando sem saber. Por dentro da sua consciência, Deus opera em
silêncio, de maneira que, no momento exato, ela acorda, por não ter mais sono.
Se Deus está em todo lugar,
a Sua presença não traduz inércia. Algo deve movimentar-se pelo Seu sopro,
entrementes, existe a nossa parte, que somente nós fazemos, quando reconhecemos
a verdade, que vem envolvida, como sendo a nossa obrigação ante a harmonia
divina.
Não percas o ânimo, que os
anjos do Senhor já foram igualmente Espíritos errantes, e hoje operam como
ministros da Sua inteira confiança. A felicidade deles é fazer a vontade de
Deus sobre todas as coisas. A linguagem humana não tem condições de traduzir a
felicidade de uma alma pura no reino do amor.
Fonte:
O livro dos Espíritos. Allan
Kardec. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB, DF.
Filosofia espírita. Psicografada por João Nunes Maia/Miramez. Fonte viva, Belo Horizonte. 10 volumes.
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