MUNDO
ESPÍRITA OU DOS ESPÍRITOS
CAPÍTULO X – OCUPAÇÕES E MISSÕES DOS ESPÍRITOS
575. As ocupações comuns
mais nos parecem deveres do que missões propriamente ditas. A missão, de acordo
com a ideia a que esta palavra está associada, tem um caráter menos exclusivo,
de importância sobretudo menos pessoal. Deste ponto de vista, como se pode
reconhecer que um homem tem realmente na Terra uma determinada missão?
“Pelas
grandes coisas que opera, pelos progressos a cuja realização conduz seus semelhantes.”
Missionários
Os verdadeiros missionários
são fáceis de serem reconhecidos pelos seus feitos em favor da coletividade, no
entanto, existem missionários menores, aos quais são entregues pequenas
missões, mas de real valor, por dar segurança a certas pessoas que precisavam
de amparo mais direto.
A missão é um dever, mas nem sempre o dever é uma missão. Todos nós temos, por exemplo, o dever de amar sem distinção a todos e a tudo para o nosso próprio bem; entretanto, o missionário de altas possibilidades faz do amor um instrumento de vida, de modo a atingir a humanidade, dando a ela mais vida, mais alegria e esperança em todas as suas atividades.
A missão tem o mesmo tamanho
para todos; o missionário é que a faz crescer ou estabilizar. Podemos lembrar,
como exemplo, a vida de Francisco de Assis, que fez da sua missão uma força a
atingir todos os povos, e que, ainda hoje, irradia-se em todas as nações,
vibrando nos corações como se ele estivesse presente na Terra, animando um
corpo físico.
O missionário, tudo que ele
faz, tudo que ele idealiza, é em favor da coletividade; não o anima nada
pessoal, pois ele destruiu no seu mundo íntimo o egoísmo e o orgulho, duas
chagas terríveis da humanidade. Não podemos esquecer de falar que os caminhos
do missionário são sempre cheios de espinhos. Todos eles sofrem as reações à ação
benfeitora da sua presença e carregam um pouco da cruz coletiva.
Então, os principais
sacerdotes o acusavam de muitas coisas. (Marcos, 15:3)
Nem o Mestre passou ileso da
fúria negativa da força cármica que atuava nos sacerdotes, e como Ele era
obediente ao Pai, aceitou sem reclamar o escárnio, as pedradas, a fúria que a
ignorância faz surgir, e a própria cruz. A lei Lhe pediu que saísse do planeta
onde veio, por misericórdia, para ensinar o amor, e Ele partiu, mas, deixou a
grande lição escrita no coração da humanidade encarnada e desencarnada. Jesus
foi um missionário direto de Deus, por amor ao Seu rebanho.
Querer saber a que classe de
Espíritos podem pertencer os missionários implica em resposta de difícil
determinação. A terminologia é variável como os idiomas da Terra; são denominações
diversas e, por vezes, não traduzem os nossos sentimentos, mas, podemos dizer
que missão existe de todos os tamanhos, desde quando elas constroem e ajudam as
criaturas nas mudanças necessárias, onde o Evangelho de Jesus comanda e
desperta os homens para a luz da verdade.
Podemos classificar o dever
como sendo obrigações inerentes às nossas necessidades, onde o bem deixa a sua
marca. A missão, pequena ou grande, é aquela que ultrapassa a nossa área,
atingindo o próximo no que ele precisa para andar melhor. Quase sempre o
missionário esquece a si mesmo, para beneficiar aos seus irmãos em sofrimentos,
mas, o verdadeiro missionário cuida de si, dos seus inúmeros deveres e reúne
suas forças por todos os meios possíveis e impossíveis aos olhos do mundo,
avançando com alegria e amor, doando sempre para a paz de todas as criaturas.
Por vezes, ele sacrifica sua vida para que todos possam viver bem, sempre no
clima do amor.
O livro dos Espíritos. Allan Kardec. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB, DF.
Filosofia espírita. Psicografada por João Nunes Maia/Miramez. Fonte viva, Belo Horizonte. 10 volumes.
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