AS
LEIS MORAIS
CAPÍTULO X – LEI DE LIBERDADE
Liberdade natural
826. Em que condições
poderia o homem gozar de absoluta liberdade?
“Nas do eremita no deserto.
Desde que juntos estejam dois homens, há entre eles direitos recíprocos que
lhes cumpre respeitar; não mais, portanto, qualquer deles goza de liberdade
absoluta.”
Liberdade absoluta
Liberdade absoluta só existe
para Deus, criador de todas as coisas. O criado (a criatura) já é dependente do
Criador. Deus pode fazer o que bem entender dentro da criação, mas somente Ele.
No que tange aos homens, se todos têm os mesmos direitos, deixa de existir tal
liberdade, pela barreira do respeito de uns para com os outros.
É necessário saber que todos nós, para vivermos bem, nos submetemos à obediência das leis naturais criadas. Somos escravos da lei, e é o Evangelho que nos ensina como escolher os melhores caminhos da felicidade. A felicidade não nasce, nos seus princípios, da nossa vontade; pelo contrário, somente nasce da vontade de Deus, que sempre nos fala dela pelas leis estabelecidas.
É necessário que se procure
entender bem "O Livro dos Espíritos", que nele estão estabelecidas
todas as leis universais em expansão acompanhando, pois, a evolução das
criaturas. Não sejamos tolos na arte de escolher sem compreender, para que não
soframos o rigor das provas.
A liberdade absoluta para os
homens seria uma catástrofe para todos, por não terem eles condições de saber o
que realmente precisam na condição de homens encarnados, ainda cegos e surdos
no que se refere à vida espiritual. Compete a cada um ir até o ponto que
suporta; aí, sim, está a sua paz. Viver o futuro querendo esquecer o presente é
um mal, bem como querer voltar ao passado, que teve sua época.
Peçamos aos Espíritos que
nos revelem também a verdade, como Lucas assinala no capítulo dois, versículo
vinte e seis, desta forma:
Revelara-lhe o Espírito
Santo que ele não passaria pela morte antes de ver o Cristo do Senhor.
Pedimos a Deus que desperte
o Cristo em nós, antes de passarmos pela morte do corpo, porque é na Terra que
a porta do céu começa a se abrir pela força das transformações morais que o
amor nos sugere entender e praticar, de acordo com os preceitos do Evangelho do
Mestre.
Esqueçamos da liberdade
absoluta, como a queremos compreender, firmando-nos, assim, na obediência,
porque somos filhos que devemos, para o nosso bem, ouvir o Pai. A nossa
liberdade é vigiada, filtrada e, por vezes, interrompida. Quanto mais
crescermos, mais obedecemos às leis de Deus, porque é nessa obediência que
encontramos a paz de consciência e o próprio ritmo da vida.
O livro dos Espíritos. Allan Kardec. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB, DF.
Filosofia espírita. Psicografada por João Nunes Maia/Miramez. Fonte viva, Belo Horizonte. 10 volumes.
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