AS
LEIS MORAIS
CAPÍTULO X – LEI DE LIBERDADE
Liberdade de pensar
833. Haverá no homem alguma
coisa que escape a todo constrangimento e pela qual goze ele de absoluta
liberdade?
“No
pensamento goza o homem de ilimitada liberdade, pois que não há como pôr-lhe peias.
Pode-se-lhe deter o voo, porém, não aniquilá-lo.”
Liberdade de pensar
O que nos parece, examinando
a questão, é que o homem tem plena liberdade de pensar e de sentir, no entanto,
mesmo que nada possa aniquilar tal valor espiritual dado por Deus, Ele tem
meios diversos de tolher essa liberdade, para o bem do próprio Espírito. É o
caso de certas provas pelas quais o Espírito deve passar na carne, como a
idiotia congênita, em que a alma não encontra no aparelho de carne o
instrumento necessário para expressar suas ideias. Ele sofre, com isso, no
silêncio dos dias, por vezes de anos e séculos, dado que pode levar para o
outro lado da vida o reflexo desses mesmos impedimentos, não tendo liberdade de
pensar. Esse entrave é provação pelo mau uso que fez do seu instrumental da
razão, praticando a arbitrariedade com seus irmãos menores. Ninguém consegue
burlar a lei de justiça.
Em muitos casos, existem os que pensam, e muitos, no entanto, o fazem em circuito fechado, somente para eles, de modo a se cansarem de pensar e de ouvirem na acústica da própria alma, não conseguindo fazer chegar suas ideias aos ouvidos alheios, por terem desencaminhado muitos em outras épocas. A Doutrina Espírita, sob a influência do Cristo, vem nos ensinar a usar o verbo qual o fez Jesus, ensinar a usar o dom de escrever para confortar os sofredores e usar a vida para ajudar os que sofrem. Desta forma, seremos bem-aventurados, despertando em nós a luz divina para a nossa felicidade, tornando felizes os outros.
Entretanto, nada pode
"botar peias" à mente do Espírito, fazendo desaparecer para sempre a
força da alma no sentido de pensar, porque Deus é perfeição e não iria fazer
algo de divino que não se mostrasse com a mesma expressão da Sua luz. Temos
liberdade de pensar, mas responderemos pelos pensamentos nascidos na nossa
engrenagem mental. Somos muito mais responsáveis, porque a matéria que usamos
para pensar, vem ungida pelo beijo de Deus, pelos canais da natureza e sob a
responsabilidade, podemos dar aos pensamentos a direção que entendermos. Eis aí
a nossa liberdade, porém, devemos conhecer a lei. Os pensamentos são sementes
que saímos a semear. Eles são filhos de quem pensa e sempre voltam à casa
paterna.
Nós, quando usamos mal os
pensamentos, estamos negando a Deus e a Jesus, e se negamos, recebemos negação
onde quer que estejamos. Observemos a anotação de Lucas, no capítulo doze,
versículo nove: Mas o que me negar diante dos homens será negado diante dos
Anjos de Deus.
Na posição em que os homens
se encontram, não podemos lhes pedir o que eles não podem dar, no entanto, a
boa vontade de melhorar, nós devemos incentivar todos os dias, para que se
acostumem a ser mais justos e bem melhores que antes. Se nos esforçarmos para
aperfeiçoar nossas qualidades, encontraremos sempre em nossos caminhos, motivos
para melhorar, da parte dos Anjos do Senhor.
No pensamento, goza o homem
de muita liberdade; essa liberdade somente não avança nos segredos que não
podem suportar ou que ainda desconhecem. Mas, já é uma faculdade grandiosa, a
de pensar e de recordar. Tanto o pobre como o rico podem pensar o que
desejarem, mas fiquem sabendo que a mente em atividade já coloca o que se
deseja em caminho.
O livro dos Espíritos. Allan Kardec. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB, DF.
Filosofia espírita. Psicografada por João Nunes Maia/Miramez. Fonte viva, Belo Horizonte. 10 volumes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário