AS
LEIS MORAIS
CAPÍTULO X – LEI DE LIBERDADE
Fatalidade
852. Há pessoas que parecem
perseguidas por uma fatalidade, independente da maneira por que procedem. Não
lhes estará no destino o infortúnio?
“São,
talvez, provas que lhe caiba sofrer e que elas escolheram. Porém, ainda aqui
lançais à conta do destino o que as mais das vezes é apenas consequência de
vossas próprias faltas. Trata de ter pura a consciência em meio dos males que
te afligem e já bastante consolado te sentirás.”
A.K.:
As
ideias exatas ou falsas que fazemos das coisas nos levam a ser bem ou mal
sucedidos, de acordo com o nosso caráter e a nossa posição social. Achamos mais
simples e menos humilhante para o nosso amor-próprio atribuir antes à sorte ou
ao destino os insucessos que experimentamos, do que à nossa própria falta. É
certo que para isso contribui algumas vezes a influência dos Espíritos, mas
também o é que podemos sempre forrar-nos a essa influência, repelindo as ideias
que eles nos sugerem, quando más.
Perseguidas pela fatalidade
Há certamente pessoas que são perseguidas pela fatalidade, no entanto, elas escolheram essa fatalidade pelo seu livre pensar. Essas pessoas, e principalmente as almas mais evoluídas, em estado de sono, vão encontrar mais diretamente seus anjos guardiães que tutelam por amor sua reencarnação e pedem novamente para não tirar seus fardos, mesmo que para isso tenham adquirido direitos. Então, são aparentemente massacradas pelo destino, de modo a levar muitas pessoas a se condoerem pelos seus sofrimentos. Outrossim, outros tantos estribam-se no seu sofrer, consolando-se nos seus próprios padecimentos. São missionários que desejam ser úteis em todas as direções da vida.
A fatalidade os persegue,
sem dó, mas eles mesmos abriram as portas para a dor, e essa dor lhes mostrará
mais luz em seus caminhos. Deus, na sua bondade e no seu amor, concede a todos
de boa vontade a liberdade para escolherem os trilhos que lhes aprouver, desde
que as leis não fiquem sem ser obedecidas. Todas as provações, todas as lutas,
todos os infortúnios, e mesmo as missões das almas são para harmonizar a mente,
para que compreendamos o amor praticando-o, a fim de que todas as verdades
espirituais se nos apresentem de modo que passemos a vivê-las.
Os meios de nos educarmos
para Deus são diversos e poderemos escolher fazendo uso do nosso livre
arbítrio. Às vezes falamos certas coisas e essas coisas enchem de tristeza
certos corações, entretanto, não podemos negar a verdade, fazendo descer à
Terra periodicamente uma dose a mais para os corações que sofrem, de modo a
infundir-lhes esperança. Consultemos João, no capítulo dezesseis, versículo
seis, que nos diz o seguinte, traduzindo as palavras de Jesus: Pelo contrário porque vos tenho dito estas
coisas, a tristeza encheu o vosso coração.
Mas, agora, muitos dos
tristes à época de Jesus estão alegres, por entenderem melhor a Sua doutrina de
fé e de amor. A reencarnação lhes mostrou a realidade, e continua a mostrar
para todos os que ignoram os ensinamentos do Divino Mestre. Ao leres alguma
mensagem, se ela entristece o teu coração, torna a ler e medita sobre seu
assunto; ora a Jesus pedindo inspiração que a alegria não se fará esperar,
porque a verdade vem de Deus, e toda a verdade fica de pé, nos mostrando os
caminhos que deveremos seguir.
Não acuses a Deus em tempo
algum quando vires pessoas perseguidas pela fatalidade, porque, em muitos
casos, elas mesmas pedem sua continuidade, para o bem de todos. E muitas outras
que sofrem a fatalidade, que desejam sair dela e não podem, estão em processo
que a lei usa para educá-las. Não há nada errado; tudo se funde na grande
escola de Deus, para o bem da humanidade.
O livro dos Espíritos. Allan Kardec. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB, DF.
Filosofia espírita. Psicografada por João Nunes Maia/Miramez. Fonte viva, Belo Horizonte. 10 volumes.
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