AS
LEIS MORAIS
CAPÍTULO X – LEI DE LIBERDADE
Fatalidade
856. Sabe o Espírito
antecipadamente de que gênero será sua morte?
“Sabe
que o gênero de vida que escolheu o expõe mais a morrer desta do que daquela
maneira. Sabe igualmente quais a lutas que terá de sustentar para evitá-lo e
que, se Deus o permitir, não sucumbirá.”
Sabe o espírito?
A alma sabe mais ou menos
que gênero de morte encerrará sua jornada na carne, porque isto foi antes
escolhido, desde quando o seu destino não seja mudado pela Providência Divina.
Tudo muda conforme a lei; somente Deus e Suas leis são imutáveis.
Temos como que um livro dentro de nós, que devemos escrever e que estamos escrevendo pelas nossas vidas. Se combinamos determinado tipo de vida a levar na Terra, somos inspirados por esse registro, para que possamos vivê-la. As lembranças que se sucedem em nossa mente vêm com mais ou menos clareza, isso de acordo com a elevação da alma. Há Espíritos que recordam minuciosamente o tipo de vida que escolheram. Esse será mais culpado, se desviar-se dos seus objetivos. Cada ser humano tem uma missão a cumprir na face da Terra.
Pode a fatalidade ser uma
verdade em uma vida, e em outra não. Depende muito das mudanças empreendidas
pela alma na sua jornada evolutiva. Tudo muda por fora com as mutações por
dentro. As religiões do mundo, as filosofias de vida surgiram na Terra como
misericórdia de Deus visando às criaturas, sobre essas verdades que a Doutrina
Espírita sabiamente anuncia, no entanto, esses movimentos espiritualistas se
esqueceram dos Céus para viver quase somente sob a inspiração da Terra. Mas
Deus não se aborrece com isso; pelo contrário, Ele já sabia desses desvios
morais no que se refere à vida espiritual e a Sua bondade e paciência esperam
que todos esses movimentos passem a reclamar consertos. Na hora certa, os
benfeitores da Espiritualidade superior aproximar-se-ão desses pastores,
inspirando-os a servir de exemplo para os seus rebanhos. Com o tempo, todos os
movimentos espiritualistas tornarão a se fundir em um só ideal, o do bem e da
verdade, para que o amor seja o clima de luz encaminhado à felicidade das almas
em corrida para a consciência tranquila.
Todo Espírito recebe a
intuição divina de que caminha para a paz, que existe Deus e Jesus à sua
espera. Não existe nenhum dos filhos que, dentro de si, não reconheça seu
próprio Pai. Saímos todos da Fonte Divina e trazemos dentro de nós o perfume de
Deus que recende' onde quer que passemos. Quanto mais a alma se encontra no
primitivismo, mais as forças da natureza selvagem a dominam, mais se cumpre o
fatalismo. Depois que se acende a luz nos corações das almas, elas passam a se
libertar de todas as agressões externas, libertando-se e vivendo em plena luz
de Deus. Vejamos o que nos fala Tiago, no capítulo um, versículo vinte:
Porque a ira do homem não
produz a justiça de Deus.
O homem desviado das leis
naturais do Senhor não pode ser livre; ele é cativo das suas próprias
inferioridades. Eis ai a fatalidade das suas próprias escolhas, no entanto, o
Espírito que já reconhece no amor a lei mais alta, esse é livre, na liberdade
espiritual e muda os acontecimentos com as mudanças internas, que são inúmeras
a todos os momentos.
Quantas pessoas que - e os
fatos nos mostram - temem, por templo, o fogo. É a intuição as alertando, mas,
como não despertaram para a luz do Espírito e nada fazem para descarregar o
peso do seu fardo neste sentido, embora lutando para se livrarem de morrer por
esse sistema, acabam sucumbindo por ele. No entanto, não existe fatalismo para
todos. Os que descarregam seu carma no processo da vida, com todo o amor que a
luz requer, têm a mudança do seu destino, que se faz pela bondade do Criador e
às vezes sofrem simples queimaduras, tendo sua provação aliviada pelo bem que
fizeram aos outros, por caridade.
A vida é uma doação divina e
quem dá recebe, essa é a lei da justiça.
O livro dos Espíritos. Allan Kardec. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB, DF.
Filosofia espírita. Psicografada por João Nunes Maia/Miramez. Fonte viva, Belo Horizonte. 10 volumes.
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