AS
LEIS MORAIS
CAPÍTULO X – LEI DE LIBERDADE
Fatalidade
857. Há homens que afrontam
os perigos dos combates, persuadidos, de certo modo, de que a hora não lhes
chegou. Haverá algum fundamento para essa confiança?
“Muito
amiúde tem o homem o pressentimento do seu fim, como pode ter o de que ainda
não morrerá. Esse pressentimento lhe vem dos Espíritos seus protetores, que
assim o advertem para que esteja pronto a partir, ou lhe fortalecem a coragem
nos momentos em que mais dela necessita. Pode vir-lhe também da intuição que
tem da existência que escolheu, ou da missão que aceitou e que sabe ter que
cumprir.” (411-522)
A hora não lhes chegou
São milhares de criaturas que reconhecem, mesmo diante do perigo, que a hora da morte não lhes chegou, e enfrentam tal estado perigoso com coragem. Porém, existem outras que reconhecem chegada a hora. Esse processo é inspiração dos seus guias espirituais. No silêncio da vida, essas revelações surgem por intuição durante o dia ou pelo processo do sono, ou ainda por variados meios que os Espíritos sabem escolher para avisar seus tutelados.
Se existe perigo, a
Providência Divina mostra os meios de defesa. Todos esses processos são escolas
onde aprendemos as lições para o nosso adiantamento espiritual. Compete aos
homens e almas fora da Terra estudar, meditar e procurar por todos os meios
possíveis entender mais de perto as leis espirituais, porque é na vivência
desses programas de Deus que alcançamos a tranquilidade de consciência.
Podemos ter o pressentimento
do nosso fim quando na Terra, no entanto, o nosso dever é procurar, por todos
os meios, que nossa vida se prolongue cada vez mais, pedindo a Deus que nos
abençoe para que essa continuação seja útil no esquema da Luz. Já falamos
alhures que assumimos um compromisso no mundo espiritual, mas que a bondade de
Deus pode mudar nossos destinos, porque Ele se encontra em todo o comando da
vida. Qual de nós, encarnados e desencarnados, conhecemos os sentimentos de
Deus? Nós outros estamos em marcha de ascensão, de despertamento espiritual;
queiramos ou não, nossa elevação é um fatalismo e não está sujeita à nossa
vontade, e sim à do Criador. Ele domina toda a criação.
O que temos de fazer ante a
paternidade universal é glorificá-lo na nossa humildade, em todos os aspectos,
por ser o que temos para dar como gratidão. Vamos ouvir o que Tiago diz sobre
esse assunto, no capítulo um, versículo nove:
Glorie-se, porém, o irmão de
condição humilde na sua dignidade.
E acrescentamos: que Deus
nos abençoe nos nossos esforços de despertamento para a Luz. A nossa maior
glória é quando estamos alcançando a vivência das virtudes mencionadas por
Jesus no Evangelho. Desta maneira, mesmo quando a morte do corpo chegar,
estaremos preparados para todos os acontecimentos de renovações da vida para a
vida, sem aflições, nem ressentimentos. O homem feliz é aquele que encontra
felicidade mesmo nos infortúnios dos caminhos percorridos e a percorrer. Os
Espíritos estão mais próximos dos homens do que eles possam suspeitar, nas suas
tarefas de cada dia. Jamais deves pensar que estás abandonado; nas maiores
dificuldades os Espíritos amigos estão te ajudando a carregar a cruz das tuas
provações. Ninguém se encontra deserdado. Quanto mais a alma confia em Deus e
em suas próprias forças, sem esquecer a oração, ela escuta por dentro a voz de
Deus lhe comandando o destino, e sabe o que deve fazer da vida, porque a voz
nunca engana, como sendo o guia de olhos abertos guiando o cego.
Confia em Deus e na Sua
justiça, que o resto vem por acréscimo de misericórdia, surgindo gradativamente
em teu caminho o que precisas para a tua paz de consciência.
O livro dos Espíritos. Allan Kardec. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB, DF.
Filosofia espírita. Psicografada por João Nunes Maia/Miramez. Fonte viva, Belo Horizonte. 10 volumes.
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