AS
LEIS MORAIS
CAPÍTULO X – LEI DE LIBERDADE
Fatalidade
858. Por que razão os que
pressentem a morte a temem geralmente menos do que os outros?
“Quem
teme a morte é o homem, não o Espírito. Aquele que a pressente pensa mais como
Espírito do que como homem. Compreende ser ela a sua libertação e espera-a.”
Temer a morte
A verdade é sempre agradável
aos que se encontram preparados para recebê-la. Os que pressentem a morte,
reconhecem internamente que escolheram aquele tipo de desencarnação e, por
vezes, sentem-se aliviados quando ela dá demonstração de que está chegando. Morrer,
para o Espírito que cumpriu sua missão na Terra, é um prêmio.
Muitos dos que temem a morte, é porque não cumpriram a obrigação que assumiram no plano do Espírito e procuram por todos os meios viver para terminar sua tarefa. Uma quantidade enorme de almas consegue adiar o momento da morte, para completarem sua tarefa, mas tornam a se esquecer dos compromissos assumidos.
É muito difícil a
conscientização completa dos deveres. As religiões estão incumbidas de
despertar seus fiéis no sentido dos deveres ante as leis espirituais, mas, do
modo que elas se encontram, estão igualmente esquecidas das suas obrigações de
orientar seu rebanho. Cumpre com mais eficiência à Doutrina Espírita, através
dos livros e mensagens mediúnicas, alertar aos companheiros espíritas para se
lembrarem dos seus compromissos no que se refere à caridade, principalmente
para consigo mesmos. Não restam dúvidas de que o ambiente do mundo é bastante
negativo para que cumpram fielmente os deveres, no entanto, o nosso pedido é
que se faça alguma coisa, mesmo que o encarnado não observe fielmente seus
mandatos.
Quem teme a morte é o homem
da Terra, pelo condicionamento em que se encontra, principalmente os que gozam
as ofertas da matéria. As paixões escurecem a razão no sentido espiritual. O
Homem-Espírito não teme o momento de partir para o lugar de onde veio,
principalmente aquele que fez o que deveria realizar pela sua libertação
espiritual.
O homem inteligente e
espiritualizado compreende que a morte é libertação, mas, da criatura que não
pensa no Espírito, dizendo que não lhe sobra tempo para tal conhecimento, o
tempo mesmo se encarrega. Não é preciso que julgues essas criaturas; há época
para tudo na vida, tanto para plantar, quanto para colher.Eles próprios estão
se condenando e não devem receber condenação de ninguém. Paulo, quando escreveu
a Tito, assim disse em sua carta, no capítulo três, versículo onze:
Pois sabeis que tal pessoa
está pervertida e vive pecando, e por si mesma está condenada.
As pessoas que estão
pervertidas e que, por vezes, têm boa saúde, boas relações e bens materiais,
Deus está esperando como filhos pródigos a voltarem para a casa. A hora do
chamamento chega mais rigorosamente e não precisa dos seus irmãos as
violentarem para que elas sofram mais depressa a corrigenda. Deus estabeleceu
leis para corrigir e educar a todos. Se Jesus não quis condenar a mulher
adúltera, como nós, Espíritos endividados com a lei, vamos ser juízes de um
procedimento que também já tivemos no passado?
Os que temem a morte, por
vezes com escândalo, desconhecem a sua função na vida. A desencarnação é uma
lei natural; tudo muda, tudo se transforma, mas nada desaparece. A Doutrina
Espírita veio nos ensinar a encarar face a face a morte e vencê-la,
compreendendo que tudo é vida e que ninguém morre, não somente o homem, mas
todas as coisas. Até o próprio vírus, sai de uma forma para entrar em outra, e
é nesse entrar e sair que ele se aprimora cada vez mais.
Disse o benfeitor
espiritual, certa feita, a Allan Kardec, que ele também, Kardec, já tinha sido
átomo. Por aí vemos que as transformações são necessárias para que possamos
encontrar a vida cada vez mais bela, como flor de Deus, a perfumar os caminhos
por que percorremos.
O livro dos Espíritos. Allan Kardec. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB, DF.
Filosofia espírita. Psicografada por João Nunes Maia/Miramez. Fonte viva, Belo Horizonte. 10 volumes.
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