AS
LEIS MORAIS
CAPÍTULO X – LEI DE LIBERDADE
Fatalidade
859. Com todos os acidentes,
que nos sobrevêm no curso da vida, se dá o mesmo que com a morte, que não pode
ser evitada, quando tem que ocorrer?
“São
de ordinário coisas muito insignificantes, de sorte que vos podeis prevenir
deles e fazer que os eviteis algumas vezes, dirigindo o vosso pensamento, pois nos
desagradam os sofrimentos materiais. Isso, porém, nenhuma importância tem na
vida que escolhestes. A fatalidade, verdadeiramente, só existe quanto ao
momento em que deveis aparecer e desaparecer deste mundo.”
a) - Haverá fatos que
forçosamente devam dar-se e que os Espíritos não possam conjurar, embora o queiram?
“Há, mas que tu viste e pressentiste quando, no estado de Espírito, fizeste a tua escolha. Não creias, entretanto, que tudo o que sucede esteja escrito, como costumam dizer. Um acontecimento qualquer pode ser a consequência de um ato que praticaste por tua livre vontade, de tal sorte que, se não o houvesses praticado, o acontecimento não seria dado. Imagina que queimas o dedo. Isso nada mais é senão resultado da tua imprudência e efeito da matéria. Só as grandes dores, os fatos importantes e capazes de influir no moral, Deus os prevê, porque são úteis à tua depuração e à tua instrução.”
Os acidentes
A nossa mente é força
poderosa que pode criar situações nos nossos destinos. Os acidentes em geral
são produzidos pela nossa invigilância, então, a lei nos cobra, por ser ela
instrumento da Justiça. Os nossos benfeitores da eternidade sempre nos falam
sobre o respeito às leis, e devemos atendê-los, confiando mais na força divina
dentro de nós, emergindo pelos processos da nossa consciência.
Podes verificar que quando
uma pessoa dirige um veículo e sempre desrespeita os sinais, mesmo que não
tenha provação cármica de passar por um acidente de veículos, ele está criando
essa condição pelo desrespeito aos sinais que significam ordem nas raias
humanas. Quando acontece um acidente, apesar de toda a atenção do motorista, é
a força da cobrança do passado, usando o ambiente do presente.
O que devemos fazer no
momento é, pois, respeitar todas as leis, porque elas criam em nosso coração a
harmonia que nos defende dos males que provêm da invigilância. Esses acidentes
que ocorrem na vida são coisas insignificantes, que nascem da nossa
incompreensão das leis, e é nesse proceder que aprendemos a entender todas as
situações que surgem para nos educar.
Os benfeitores espirituais
não gostam dos sofrimentos humanos por coisas que podem ser evitadas. Eles
sempre avisam, por muitos meios, para os homens evitarem os perigos, a não ser
certas provas que trazem para os seres humanos lições que somente elas poderão
e terão a força de corrigir certos desvios arraigados na conduta humana.
A fatalidade existe, mas é
bom que compreendas onde ela se expressa como tal. No final da resposta de
"O Livro dos Espíritos", a Entidade superior disse o seguinte:
"A fatalidade,
verdadeiramente, só existe quanto ao momento em que deveis aparecer e
desaparecer deste mundo."
Medita bem sobre esta
resposta, que compreenderás os nossos pensamentos com mais facilidade. A morte
é uma fatalidade, mas a data de sua ocorrência pode ser mudada por Aquele que é
puramente a vida. Reencarnar é uma fatalidade, mas as épocas são variáveis para
todos os seres. A existência das leis, se podemos dizer, é uma fatalidade para
todos nós, encarnados e desencarnados, desde quando precisamos delas. Ao
encontrarmos a verdade, tornando-nos livres, já somos a lei e somos a vida, o
caminho e a verdade. A liberdade de escolha do que deves passar revestido pela
carne é, ou pode ser, uma fatalidade gerada pela tua escolha, que pode ser
mudada, desde que Deus ache conveniente. A alma, pelo seu procedimento, piora
ou melhora sua situação.
Em cada mensagem colocamos
um traço do que pensamos da verdade, para que possas te cientificar de que o
Espiritismo cresce nas suas exposições, e que o progresso se estampa nos seus
conceitos, como força de Deus para a paz e a esperança de todas as criaturas.
Não deves te maravilhar dos feitos e do avanço da Doutrina dos Espíritos
porque, com o tempo, a força do Espiritismo dominará todo o mundo mental das
criaturas e mostrará a todos grandes coisas, como disse Jesus, registrado por
João no capítulo cinco, versículo vinte e oito:
Não vos maravilheis disto,
porque vem a hora em que todos os que se acham nos túmulos ouvirão a sua voz e
sairão.
As palavras de Jesus, que os
Espíritos superiores estão divulgando a todos, estão indo até os túmulos e
desligando os Espíritos ali chumbados aos restos mortais, mostrando a eles a
esperança de nova vida. Outras maravilhas deverão surgir, para glória d'Aquele
que criou a própria vida!
O livro dos Espíritos. Allan Kardec. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB, DF.
Filosofia espírita. Psicografada por João Nunes Maia/Miramez. Fonte viva, Belo Horizonte. 10 volumes.
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