A segunda morte


A morte é compreendida como o fim da vida, causando inúmeras incertezas e medo diante do inesperado. Com os estudos sobre a Espiritualidade, passamos a encontrar respostas que preencham o vazio que a morte estabelece na nossa existência, confortando-nos com a certeza de que ela funciona somente como uma passagem para um mundo que ainda não conhecemos.


Com as leituras baseadas na Doutrina Espírita, encontramos alguns trechos capazes de trazer alguns ensinamentos sobre como enxergamos a vida terrena e o que esperarmos da vida após a morte.


De acordo com Kardec, “[...] a vida do Espírito é que é eterna; a do corpo é transitória e passageira. Quando o corpo morre, a alma retoma a vida eterna.” Em seguida, Kardec, aponta que “durante a vida, o Espírito se acha preso ao corpo pelo seu envoltório semimaterial ou perispírito. A morte é a destruição do corpo somente, não a desse outro invólucro, que do corpo se separada quando cessa neste a vida orgânica.”


Seguindo o conhecimento disseminado pela literatura espírita, conseguimos encontrar um fenômeno nomeado como “a segunda morte” no livro Libertação, do Espírito André Luiz, psicografado pelo autor Francisco Cândido Xavier. Na obra, encontramos inúmeros ensinamentos compartilhados pelo Espírito de André Luiz em sua trajetória no Mundo Espiritual.


O fenômeno da segunda morte, evidenciado na obra citada, pode ser compreendido de três maneiras distintas:


- quando por ignorância ou maldade perverte-se a alma, pela densidade da mente que está repleta de impulsos inferiores. Perde-se a forma perispiritual e fica gravitando em torno de paixões que elege como o centro dos seus interesses fundamentais (formato de esfera ovóide, com comportamento assemelhando-se a amebas mentais ou com comportamento completamente inerte)


- quando que por meio de operações redutivas e desintegradoras do veículo perispiritual para o renascimento na carne;


- quando ocorre o desprendimento do perispírito para a ascensão espiritual, rumo a esferas sublimes.


Conforme André Luiz, experimentamos inúmeras existências até nos despertarmos para o crescimento mental :


“Estamos ainda presos às aglutinações celulares dos elementos físio-perispiríticos, tanto quanto a tartaruga permanece algemada à carapaça. Imergimo-nos dentro dos fluidos carnais e deles nos libertamos, em vicioso vaivém, através de existências numerosas, até que acordemos a vida mental para expressões santificadoras. [...] A vida física é puro estágio educativo, dentro da eternidade, e a ela ninguém é chamado a fim de candidatar-se a paraísos de favor e, sim, a moldagem viva do céu no santuário do Espírito…” .


Assim, podemos observar o fenômeno da segunda morte de uma maneira distinta para cada ocasião apontada na obra referida, entendendo que cada um possui o seu próprio processo evolutivo. Compreendendo, mais uma vez, que a morte não atinge a eternidade da alma e que estamos nos desenvolvendo a cada oportunidade reencarnatória na vida terrena.


Vale a pena mencionar, o estudo sobre a segunda morte para quem está iniciando os estudos espíritas (assim como a autora), propicia o conhecimento não somente sobre os processos reencarnatórios, mas também a instigação sobre os estudos dos corpos que compõem e envolvem o espírito.


Referências


KARDEC, ALLAN. O Livro dos Espíritos, tradução de Guillon Ribeiro.


ANDRÉ LUIZ (Espírito). Libertação. Psicografado por Francisco Cândido Xavier.

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