MUNDO
ESPÍRITA OU DOS ESPÍRITOS
CAPÍTULO VIII – EMANCIPAÇÃO DA ALMA
Êxtase
439. Que diferença há entre
êxtase e o sonambulismo?
“O
êxtase é um sonambulismo mais apurado. A alma do extático ainda é mais
independente.”
Êxtase e sonambulismo
O êxtase é verdadeiramente
um sonambulismo mais profundo. O Espírito, nesse transe, é mais independente,
por isso pode ver com mais segurança e ouvir com mais perfeição as coisas de
Deus. Podemos analisar a vida dos grandes sábios e numerosos místicos que
ficavam em êxtase com facilidade, entrando assim em comunicação perfeita com os
benfeitores espirituais.
O Espírito do extático, com tal exercício, assume de certa forma perfeito controle das suas faculdades, e passa a viver os dois mundos, sentindo os dois ambientes na sua normalidade que nos cabe estudar. Jesus Cristo era hábil nesse transe, no entanto, o Seu estado suplantava o de todos os outros, por ter Ele completa consciência das Suas faculdades altamente desenvolvidas, exercendo Seus dons quando e quanto pretendia, na mais perfeita tranquilidade.
A Doutrina Espírita é capaz
de levar a todos os seus profitentes os recursos para o despertamento de todos
os talentos que Deus depositou em nossa intimidade, mas, o trabalho é nosso.
Primeiro entramos na teoria, para depois surgir a prática, porque somente
vivenciando a Verdade, ela colocar-nos-á livres da ignorância.
O êxtase é um sonambulismo
mais apurado, diz “O Livro dos Espíritos”, e essa purificação vai se fazendo na
pauta do tempo, quando nos mostra o caminho que devemos percorrer para a nossa
libertação espiritual. Um edifício é feito de materiais que são usados em etapas;
depois forma-se o todo. Assim é tudo, sendo a mesma lei, para formarmos o
edifício da nossa vida. Não pode faltar o material que se encontra a nossa
disposição, e pelo esforço na arte de melhorar é que acabamos formando nosso
edifício moral. É bom que saibamos de todas as ciências; no entanto, cumpre-nos
reconhecer, que o amor é indispensável para a solidificação da nossa vida.
Vivemos dentro da eternidade, onde nada falta para todos que vivem por Deus e
em Deus.
Os santos aprimoram suas
faculdades, a história é testemunha. Não foi ganhando-as de alguém que eles as
conquistaram. Foram, na realidade, passo a passo, subindo os caminhos dos
calvários, sofrendo todas as agruras do tempo, todas as investidas dos problemas,
todas as injúrias, para ascenderem livres das trevas do mundo, onde a
ignorância domina. A humanidade está abeirando a maturidade espiritual. Compete
a todos observarem o chamado, e a escolha da própria natureza e acompanhar
Jesus onde Ele achar mais conveniente, dar as mãos ao Senhor nas lutas que
poderão surgir por fora e por dentro, para que nasça nos corações o Cristo
interno, força capaz de nos levar à felicidade.
Se queremos aperfeiçoar as
nossas faculdades, de sonambulismo, de êxtase e outras mais que poderão surgir
em nossos caminhos, não nos esqueçamos do entendimento. Não devemos fazer-nos
esquecidos do amor e da caridade, que são portas que nos mostram a vida em
outras dimensões. Aí, adquiriremos a certeza absoluta da paz interna e das leis
universais que nos garantem a tranquilidade imperturbável no coração.
Fonte:
O livro dos Espíritos. Allan
Kardec. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB, DF.
Filosofia espírita. Psicografada por João Nunes Maia/Miramez. Fonte viva, Belo Horizonte. 10 volumes.
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