MUNDO
ESPÍRITA OU DOS ESPÍRITOS
CAPÍTULO VIII – EMANCIPAÇÃO DA ALMA
Êxtase
445. Que deduções se podem
tirar dos fenômenos do sonambulismo e do êxtase? Não constituirão uma espécie
de iniciação na vida futura?
“A
bem dizer, mediante esses fenômenos, o homem entrevê a vida passada e a vida
futura. Estude-os e achará o aclaramento de mais de um mistério, que a sua
razão inutilmente procura devassar.”
Ante os fenômenos
Ante os fenômenos de
sonambulismo e de êxtase, podemos devassar muitos segredos da natureza
espiritual, compatíveis com os nossos desejos mais profundos.
Em estado de êxtase e sonambulismo, regredimos a memória e descobrimos as vidas passadas, e em muitas delas podemos rever os nossos feitos na sua origem. Essas faculdades quebram o véu que nos encobre recuadas eras. Na mensagem anterior, falamos das coisas que devem ficar encobertas, e que nós, pela ignorância, batalhamos para pôr á vista, e de outras que vêm à tona naturalmente, como sendo bênçãos de Deus para as nossas meditações. Não devemos querer saber o que não pode ser, principalmente quando se trata de outras vidas. Deus, quando coloca um véu entre a vida atual e o passado, tem uma razão para isso: Ele espera que fortaleçamos os sentimentos para suportar a verdade.
A missão do Espiritismo
coordenado pelo Prof. Rivail é nos esclarecer a verdade sobre a nossa posição
ante as leis que nos cercam e assistem. As raízes ficam encobertas pelo
passado, para nos manter vivos e em preparação para outras tarefas que nos
pedem paciência e fé.
O extático, estando livre e
como lhe faculta o dom, vai ao passado. Sua consciência se abre e ele lê, como
se fosse em um livro, o que passou em vidas pretéritas e lhe são revelados os
arcanos das vidas, ou de muitas delas. Em muitos casos isso lhe serve de estímulos;
em outros, traz-lhe aborrecimentos inúmeros, capazes de fazê-lo atrofiar e
mesmo partir fora de época para o mundo espiritual. Aí, ele terá que voltar em
piores condições, às vezes sem o dom de sonambulismo ou mediunidade reveladora.
Todo cuidado é pouco para os
que têm as faculdades desenvolvidas, que devem conversar somente o necessário.
Eles não sabem a capacidade de suportar dos ouvidos que os escutam, ou mesmo os
seus próprios. O que devem revelar para todos é o exemplo de caridade e de
amor, de perdão e de desprendimento. Essas revelações são úteis a todas as
criaturas de Deus, porque melhoram seus sentimentos e lhes trazem alegria de
viver.
Ser profeta do belicismo é
escândalo anunciando escândalos. A nossa mediunidade é o que desejamos fazer
dela; se respondemos pelo que fazemos, temos a liberdade de fazermos o que
pretendemos. Os Espíritos que nos acompanham por misericórdia, afastam-se da
conduta que não corresponde à verdade, e se induzimos para a falsa moral, os falsos
profetas aproximar-se-ão das nossas faculdades e usá-las-ão para as mentiras.
Os mistérios espirituais,
não é dado à razão descobri-los; somente as faculdades desenvolvidas, o
sonambulismo e o êxtase, são as que penetram no desconhecido para dizer o que
existe nessas paragens do invisível. No entanto, o equilíbrio espiritual
seleciona o que devemos anotar na mente ativa, e conhecer conscientemente do
nosso passado, se ele pode ser vivido pelo presente.
Para buscar as verdades do
Espírito, necessário se faz que busquemos essa verdade em Espírito e verdade.
Quem estiver em dúvidas sobre o buscar o desconhecido, que use a oração e o
discernimento, pedindo a Jesus a opinião sobre o que deve fazer.
Fonte:
O livro dos Espíritos. Allan
Kardec. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB, DF.
Filosofia espírita. Psicografada por João Nunes Maia/Miramez. Fonte viva, Belo Horizonte. 10 volumes.
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