O livro dos espíritos. Questão 463

MUNDO ESPÍRITA OU DOS ESPÍRITOS

CAPÍTULO IX – INTERVENÇÃO DOS ESPÍRITOS NO MUNDO CORPORAL

Influência oculta dos Espíritos em nossos pensamentos e atos

463. Diz-se comumente ser sempre bom o primeiro impulso. É exato?

“Pode ser bom, ou mau, conforme a natureza do Espírito encarnado. É sempre bom naquele que atende às boas inspirações.”

Natureza do primeiro impulso

Nem sempre os primeiros impulsos são os certos. Todos os pensamentos que surgirem em nossa mente carecem de análise, de modo a saber de onde eles vêm e quais são as suas induções espirituais. Se o primeiro impulso mental for de amor e de caridade, de paz e de honestidade, certamente que devemos alimentá-lo, todavia, se ele for voltado para o mal, em várias insinuações de tal diretiva, convém expulsá-lo do convívio da mente, enquanto é tempo, para que não faça parte da nossa vida.

Estamos no meio de ondas mentais diversas, mas atraímos o que somos. Se existem em nós motivos para escândalos, pensamentos afins aproximar-se-ão dos nossos intervalos mentais, a nos inspirar sobre o que existe convivendo conosco. Novamente repetimos as palavras do Evangelho: precisamos “vigiar e orar” constantemente acerca das nossas intenções e sugestões. Eis porque Deus colocou o trabalho em nossos caminhos; a atenção no labor nos desvia de muitos males, que vêm em nossa direção.

Já analisaste quantos pensamentos negativos se aninham em tua cabeça todos os dias? São nuvens deles, e muitos vêm de fora, pela afinidade que encontram dentro de ti. Eles são quais os animais que se alimentam de capim: quando encontram uma invernada rica em alimento, às vezes quebram a cerca e não desejam sair mais enquanto existe alimento farto. Não deves servir repasto a essas ideias, para que elas não se enraízem em teu mundo íntimo, criando problemas para o teu coração. É nesse sentido que a Doutrina Espírita reclama do profitente o conhecimento e a prática da caridade. A caridade faz ambiente de luz, de sorte que os maus pensamentos não encontrem ambiente para morar na cidade da mente.

O homem, para alcançar a nobreza de caráter, precisa despertar valores espirituais no seu mundo interno, passar a vivê-los todos os dias. Aí o policiamento contra as trevas é seguro, porque onde existe a verdade, não se fala em mentira; onde se fala em fraternidade, não se pensa em egoísmo; onde se fala em perdão, não se fala em violência; onde se fala em amor, esquecem-se completamente todas as ilusões e paixões terrenas.

O Espírito se torna livre, ganhando a vida com mais fulgor, por trilhar os caminhos da felicidade. Se queres ser feliz, analisa os primeiros e últimos impulsos. Se eles estiverem na sintonia do Cristo, todos são bons, se não, merecem reparo, e deves ficar à espera de novas ideias, para novas seleções. É fácil para o cristão compreender as necessidades da alma, no que se refere ao Evangelho de Jesus. Ele nos guia e nos dá a entender o de que mais precisamos para viver bem.

A alma deve aprender a orar e a vigiar, de maneira que não caia em novas tentações, pelos pensamentos que viajam nos espaços, procurando casa para morar. Cada mente é uma casa. Cuidemos da nossa, de maneira que ela possa viver bem arejada, vibrando no bem e perfumada de amor, mostrando Deus e Cristo em todas as Suas expressões.

Não deves ser influenciado pelos primeiros pensamentos que surgirem na tua cabeça. Analisa de onde eles procedem. Para isso é que tens a razão. Deves mostrar o que aprendeste no correr dos anos, sobre a tua mente, os teus pensamentos, as tuas ideias, valorizando o que tens, para que Cristo te recompense pelo que és.

Fonte:

O livro dos Espíritos. Allan Kardec. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB, DF.

Filosofia espírita. Psicografada por João Nunes Maia/Miramez. Fonte viva, Belo Horizonte. 10 volumes. 

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