MUNDO
ESPÍRITA OU DOS ESPÍRITOS
CAPÍTULO IX – INTERVENÇÃO DOS ESPÍRITOS NO MUNDO
CORPORAL
Convulsionários
482. Como é que sucede
estender-se subitamente a toda uma população o estado anormal dos convulsionários
e dos que sofrem de crises nervosas?
“Efeito
de simpatia. As disposições morais se comunicam mui facilmente, em certos
casos. Não és tão alheio aos efeitos magnéticos que não compreendas isto e a
parte que alguns Espíritos naturalmente tomam no fato, por simpatia com os que
os provocam.”
A.K.:
Entre
as singulares faculdades que se notam nos convulsionários, algumas facilmente
se reconhecem, de que numerosos exemplos oferecem o sonambulismo e o magnetismo,
tais como, além de outras, a insensibilidade física, a leitura do pensamento, a
transmissão das dores, por simpatia, etc. Não há, pois, duvidar de que aqueles
em quem tais crises se manifestam estejam numa espécie de sonambulismo desperto,
provocado pela influência que exercem uns sobre os outros. Eles são ao mesmo
tempo magnetizadores e magnetizados, inconscientemente.
Efeito magnético por simpatia
Para compreender um fato de
o estado anormal dos convulsionários estender-se subitamente a toda uma
população, necessário se faz que busquemos exemplos como os realizados pelos
magnetizadores e magnetizados. Em um espetáculo onde os artistas são
magnetizadores e magnetizados, a plateia, em se afinando com os dois
personagens, sente a sua influência.
Os convulsionários entram em
transe, por si ou provocado, usando todos os seus poderes, e como sempre se
encontram sensitivos em variadas escalas, muitos deles caem igualmente em
transe magnético. Esses são os simpáticos aos trabalhos que se realizam, mas,
no fundo, o agente é somente um: o magnetismo dos provocadores do fenômeno. Os
casos de sensibilidade aguçada ou insensibilidade dependem da vontade do
sensitivo e daquele que provocou o estado de transe. O ideal é, pois, o ponto
de força onde busca a criatura o prazer em se sacrificar.
São muito comuns os
espetáculos dos faquires, que na Índia existem em profusão. Eles se isolam
perfeitamente pela vontade, se auto-hipnotizando, podendo ficar meses sem se alimentarem,
e mesmo serem crucificados em praça pública. Deus permite esses fatos para
mostrar à humanidade o quanto se pode fazer pela força do pensamento. Muitos
usam suas forças em proveito próprio ou por vaidade, mas, isso é o começo do
desabrochar dos seus dons espirituais, que mais tarde tomarão outros caminhos,
aqueles ensinados e trilhados por Jesus Cristo, nosso Mestre.
Usando desses assuntos,
chamamos a atenção para outra dinâmica de vida, mais útil à alma, que é
isolar-se da enfermidade moral, isolar-se das más influências .e dos maus
pensamentos, aplicando a atenção somente no bem, na grande e maior de todas as
batalhas, aquela que se processa dentro de nós. Os fenômenos exteriores estão
se arrefecendo, porque eles despertam a alma, mas o que leva o espírita a
interessar-se mais pelas belezas da vida espiritual é a consciência da vida
imortal, é saber de onde veio e para onde deve ir, é o prazer de viver onde
quer que seja, compreendendo que se encontra dentro do eterno, desaparecendo
presente, passado e futuro. E o que sucede com este esforço de iluminar-se?
Surge a esperança, e da esperança passamos para a felicidade, que nos espera
para a vida eterna com Jesus, sob as bênçãos do Criador.
O efeito das sugestões se
processa todos os dias sob a nossa vista. Basta prestar atenção no correr dos
fatos: aquele que tem simpatia por nós, por exemplo, estabelece uma corrente de
influências entre os dois corações, e a verdade é que ninguém influencia sem
ser influenciado; mesmo entre a humanidade de que fazemos parte, encarnados e
desencarnados, existe uma corrente de influências que se interligam a todos os
nossos pensamentos: são mescla de todas as criaturas. A clareza de ideias
depende do esforço de todos, mas enquanto muitos dormem, desconhecendo esta
verdade, façamos a nossa parte, purificando o que vem ao nosso encontro, por
lei de sintonia.
Fonte:
O livro dos Espíritos. Allan
Kardec. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB, DF.
Filosofia espírita. Psicografada por João Nunes Maia/Miramez. Fonte viva, Belo Horizonte. 10 volumes.
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