MUNDO
ESPÍRITA OU DOS ESPÍRITOS
CAPÍTULO IX – INTERVENÇÃO DOS ESPÍRITOS NO MUNDO
CORPORAL
Influência oculta dos Espíritos em nossos
pensamentos e atos
464. Como distinguirmos se
um pensamento sugerido procede de um bom Espírito ou de um Espírito mau?
“Estudai
o caso. Os bons Espíritos só para o bem aconselham. Compete-vos discernir.”
Distinção dos pensamentos
Devemos analisar o que nos é
sugerido, para que possamos saber de onde partem os pensamentos que chegam à nossa
casa mental. É fácil distinguir os pensamentos bons dos maus, bastando um pouco
de razão, para que possamos entender. No entanto, se estamos acostumados às
coisas vãs, percebemos que os pensamentos são inferiores, mas a ligação deles
com os nossos escapa à vigilância, de modo que eles nos dominam os sentimentos.
O condicionamento é um fato; se nos acostumamos a fazer o bem, a disciplinar a nossa mente, os pensamentos inferiores não acham guarida no nosso campo mental. Eles sempre investirão contra nosso caráter, porém, não achando sintonia, se desfazem e procuram outra moradia onde se instalam, por terem encontrado seus iguais.
Já falamos muitas vezes que
os nossos pensamentos não são contínuos; atuam, mais ou menos de acordo com a
escala evolutiva a que pertencemos. E sendo assim, eles têm intervalos, e é
nesses intervalos que nos são sugeridas muitas ideias que se consorciam com as
nossas. Se os bons Espíritos só bons conselhos sugerem, cabe a nós outros, onde
estivermos, analisarmos os pensamentos que despontam na nossa casa mental e
aceitá-los ou rejeitá-los.
As palavras que vêm nos são
inspiradas, e, se são boas colaboram com a nossa grandeza, com o nosso
crescimento espiritual. Vejamos o que diz Paulo a Timóteo, na sua segunda carta
àquele companheiro: Mantém o padrão das sãs palavras que de mim ouviste com a
fé e com o amor que há em Cristo Jesus. Devemos observar se são sãs as palavras
que ouvimos; se forem, elas estão ligadas em Jesus, por serem da ordem do amor
universal. É o que devemos fazer com os nossos irmãos em caminho, não
perdermos tempo, mas trabalhar com as palavras elevadas para despertar elevação
nos que ouvem, como sendo um trabalho de luz, na iluminação das criaturas que
se encontram em dificuldades de se desembaraçar dos liames inferiores das
trevas e das ilusões.
Devemos pensar com ordem,
falar com harmonia e escrever na justa posição dos sábios, para que possamos
ajudar melhor e servir com mais eficiência. O estudante das verdades
espirituais deve observar seus próprios pensamentos. Em muitos casos, precisa
verificar se pensa automaticamente, sem levar as ideias ao crivo da razão, pois
nesse automatismo pode o homem sofrer duras consequências das suas ideias
indesejadas. Deve compreender que tudo na vida deve ser vigiado, para que não
cresçam em nós as tentações. Pensemos bem no que vamos falar a alguém. As
palavras, são de luz e podem levantar caídos, fazer andar os paralíticos e
aumentar a esperança nos sofredores de toda ordem.
Deves saber que os caídos
mais difíceis de levantar são aqueles que se consideram inúteis à sociedade; os
mais arruinados pela paralisia são os que esmorecem no trabalho do bem, e os
maiores sofredores são os que ignoram as leis de Deus. Vê bem o quanto podes
fazer por eles, por esses companheiros que se encontram na retaguarda, pedindo
ajuda e consolo. Quando começares a perceber maus pensamentos em tua cabeça,
não deves orar para expulsar os que estão emitindo as ideias maléficas; ora por
eles e passa, daquela hora em diante, a desejar e a fazer o bem a eles. Desta
forma, estás cooperando para as mudanças de ideias dos que pensam
desordenadamente. Em muitos casos, inimigos invisíveis passam a ser
companheiros de jornada, no grande amor que transforma e que eleva.
Fonte:
O livro dos Espíritos. Allan
Kardec. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB, DF.
Filosofia espírita. Psicografada por João Nunes Maia/Miramez. Fonte viva, Belo Horizonte. 10 volumes.
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