MUNDO
ESPÍRITA OU DOS ESPÍRITOS
CAPÍTULO IX – INTERVENÇÃO DOS ESPÍRITOS NO MUNDO
CORPORAL
Influência oculta dos Espíritos em nossos
pensamentos e atos
471. Quando experimentamos
uma sensação de angústia, de ansiedade indefinível, ou de íntima satisfação,
sem que lhe conheçamos a causa, devemos atribuí-la unicamente a uma disposição
física?
“É
quase sempre efeito das comunicações em que inconscientemente entrais com os
Espíritos, ou da que com elas tivestes durante o sono.”
Sensações explicáveis
Quando, de repente, sentimos
uma satisfação por viver, quando assoma em nós um prazer por tudo, que não
sabemos de onde parte, isso é uma inspiração dos benfeitores espirituais, a nos
induzir para a vida, nos ajudando, desta forma, a vencer os percalços dos caminhos.
Até o materialista sente, vez por outra, esse estado de alma, de saudades ou de contentamento, e ele desconfia cada vez que sente que aquilo não é dele, mas o orgulho abafa seus sentimentos, que lhe segredam a verdade. Mas, os próprios inspiradores esperam pelo tempo sem violência, sabendo que todos são filhos de Deus, e que todos, sem exceção, haverão de reconhecer o Pai hoje ou amanhã.
A alegria interna também
pode proceder de sonhos e que, por qualquer motivo que te faça lembrá-los,
palpita o contentamento do qual gozas por instantes, pelas lembranças e saudades
do que ocorreu. Vivemos cercados de Espíritos bons e maus, encarnados e desencarnados.
Eles são as testemunhas dos nossos atos, são nossos companheiros indispensáveis
a nossa evolução espiritual. É neste sentido que a Doutrina Espírita diz que
todos somos médiuns, encarnados e fora da carne, e trazemos pelas mãos de Deus
os poderes de comunicações, como bênção do Criador em nosso favor.
Essas lembranças, agradáveis
e desagradáveis, são efeito das comunicações nossas com os Espíritos, e se
entramos na faixa do mal, temos mais comunicações com Espíritos ignorantes; se
nos melhoramos intimamente, a lei nos traz Espíritos elevados para se comunicarem
conosco, e daí provêm sentimentos de valor moral a nos garantir a paz e a
fraternidade. Por último, temos uma fonte interna de todas as virtudes, de
todas as alegrias puras, quando já nos libertamos das paixões inferiores.
Convém notar que os grandes
santos e místicos falam dessa satisfação interna, que eles chamam de “Cristo
interno”, ao qual o apóstolo Paulo assim citou: “O Cristo em mim é motivo de
glória”. Ele surge da pureza de sentimentos, da transformação do homem velho em
criatura nova, do condicionamento de todas as verdades no coração e na
consciência. Leitor amigo, se estás lendo com atenção e queres participar das
alegrias de que falamos, do prazer inconfundível que nos trazem ao Espírito,
então não percas tempo e faze alguém feliz, mesmo que seja por minutos. Se
queres alegria, faze alguém alegre; se desejas paz, não percas a oportunidade
de incentivar a paz nos outros, porque receberás da vida, os frutos das
sementes que plantas nos corações dos outros.
A escala evolutiva das
criaturas mostrar-te-á que a felicidade completa é gradativa, mas permanente.
Ela não para de bater em nossas portas e, se porventura fecharmos as entradas,
ela sabe como abri-las, mesmo que nos custe mais caro. Deus é amor, e esse amor
nos invade o coração todos os dias, objetivando a nossa paz interna na
consciência.
Quando experimentamos uma
sensação diferente em nossos caminhos interiores, a razão vai nos dizer de onde
vem. Se boa, alimentemo-la, para que cresça essa vida em nós, nos dando mais
vida para compreender melhor as leis de Deus palpitando no nosso universo
interior. A melhor das alegrias é aquela que se irradia na cidade do coração
para o munido dos nossos sentimentos.
Fonte:
O livro dos Espíritos. Allan
Kardec. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB, DF.
Filosofia espírita. Psicografada por João Nunes Maia/Miramez. Fonte viva, Belo Horizonte. 10 volumes.
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