MUNDO
ESPÍRITA OU DOS ESPÍRITOS
CAPÍTULO IX – INTERVENÇÃO DOS ESPÍRITOS NO MUNDO
CORPORAL
Influência oculta dos Espíritos em nossos
pensamentos e atos
461. Como havemos de
distinguir os pensamentos que nos são próprios dos que nos são sugeridos?
“Quando
um pensamento vos é sugerido, tendes a impressão de que alguém vos fala. Geralmente,
os pensamentos próprios são os que acodem em primeiro lugar. Afinal, não vos é
de grande interesse estabelecer essa distinção. Muitas vezes, é útil que não
saibais fazê-la. Não a fazendo, obra o homem com mais liberdade. Se se decide
pelo bem, é voluntariamente que o pratica; se toma o mau caminho, maior será a
sua responsabilidade.”
Identificação da origem dos pensamentos
Para distinguir os
pensamentos que vêm de fora dos nossos, é necessário que tenhamos um pouco de
discernimento. Quem não conhece suas próprias ideias, como saberá identificar
as ideias dos outros? Se tens alguma sensibilidade, e se já és consciente dessa
operação de infiltração em nossa mente, de pensamentos estranhos, fica mais
fácil reconhecer o ladrão que, achando a porta aberta, entra para te roubar a
paz e misturar tuas ideias com às de outros.
É bem compensador para a
nossa estabilidade espiritual difundir as virtudes evangélicas por todos os
meios lícitos, porque é nessa permanência nossa no serviço da caridade que
vamos assimilando o amor e a caridade que nos defendem das investidas das
trevas nos nossos caminhos.
Se Deus deixa que os Espíritos
brincalhões nos sugiram pensamentos duvidosos, é para que provemos as nossas
decisões. Devemos lutar todos os momentos com esses pensamentos e mesmo com os
nossos, que surgiram porque nos faltou vigilância. A vida é uma constante luta
do bem com o mal para, nesse exercício, conhecermos a verdade, porque somente
ela nos libertará de todas as contingências improfícuas.
Estamos vivendo em meio a
ondas mentais que cortam os espaços permanentemente e se acasalam nas mentes
afins, gerando condições inesperadas nas cabeças. De momento para outro muda-se
de ideais. A fonte de sugestões é exterior e estas, encontrando as portas
abertas, se fazem inquilinos, e às vezes demoram a se afastar da casa mental.
Precisamos compreender muito
e saber fazer uso da energia mental que nos vem de Deus. Os desgastes desta
força com coisas banais é de ordem assustadora e, havendo falta deste hálito de
Deus, entramos em decadência e sofremos, dada à carência do que mais usamos na
vida: o pensamento. Ainda mais, existem turbilhões sem conta de pensamentos
girando no espaço, sem pouso, que encontrando sintonia conosco, pousam em nossa
mente, nos influenciando, de acordo com a sua estrutura.
Podes ver que mudamos de
ideias de um momento para outro. Em se falando de pensamentos sugeridos
elevados, que vêm de fonte benfeitora, esses são louváveis, porque nos ajudam a
pensar bem e purificar as nossas ideias.
Os filhos absorvem em
demasia os pensamentos dos pais, passando a repetir o que ouvem deles. Assim
também repetem os que ouvem dos mestres nas escolas, e dos amigos. Convém
redobrares a vigilância para seres menos afetado por esses agentes da mal que
povoam o espaço, em busca de uniões por conjunção de valores.
Deves ter muito cuidado com
a palavra escrita e falada, usando o bom senso na seleção, como fazes com o que
comes todos os dias. Tudo o que existe pode ser lícito, mas nem tudo nos convém
assimilar. O cuidado maior deve ser de não emitirmos pensamentos inferiores.
Somos responsáveis por eles, pois são sementes na lavoura dos outros, que podem
dar frutos deteriorados, e a responsabilidade é de quem plantou.
Desperta tuas defesas,
porque quem conhece as tuas fraquezas, é somente tu. Os pontos fracos devem ser
fortalecidos pelo amor, de modo que a caridade te dê a estabilidade, encaminhando-te
para a tranquilidade de consciência. Os pensamentos sugeridos em tua mente
devem ser filtrados, levados ao fogo da razão. Não sendo contra as leis de
Deus, podem ser aproveitados para o crescimento da luz, que deve se estender em
todo o teu mundo íntimo, para a alegria da alma e felicidade do coração em
Cristo.
Fonte:
O livro dos Espíritos. Allan
Kardec. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB, DF.
Filosofia espírita. Psicografada por João Nunes Maia/Miramez. Fonte viva, Belo Horizonte. 10 volumes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário