MUNDO
ESPÍRITA OU DOS ESPÍRITOS
CAPÍTULO VIII – EMANCIPAÇÃO DA ALMA
Dupla vista
451. Por que é que a segunda
vista parece hereditária em algumas famílias?
“Por
semelhança da organização, que se transmite como as outras qualidades físicas.
Depois, a faculdade se desenvolve por uma espécie de educação, que também se
transmite de um a outro.”
Hereditariedade da segunda
vista
Em algumas famílias parece
que a segunda vista é hereditária e, de certa forma o é, porque o corpo herda
do corpo. Tendo a mediunidade bases físicas, algum traço do complexo
fisiológico acresce um pouco na visão espiritual; no entanto, não fica somente
na herança física, porque é o Espírito que vê.
A explicação pode assentar-se de modo diferente: é que alguns Espíritos que reencarnam em família têm compromissos em conjunto, e já vêm do plano espiritual com tarefas definidas e já têm os dons aflorados para os mesmos objetivos. Mas, pode acontecer o contrário: existir em uma família numerosa um somente que tenha dons mediúnicos desenvolvidos e os outros nada, até ignorando essa faculdade. Ninguém recebe de graça os valores da alma.
Observemos também o nível
intelectual dos participantes de uma família. Nem sempre se equivalem,
dependendo muito mais das qualidades do Espírito, do que mesmo do corpo e da
posição social que desfrutam os Espíritos encarnados naquele grupo, porém, pode
pesar mesmo na soma dos valores terrenos, facilitando as almas para essa ou
aquela aquisição.
Tudo que existe no mundo é
variável, mostrando a todos nós que somente o Espírito é dotado de qualidades
vivas, dos dons espirituais; entrementes, a alma envolvida na carne pode fazer
dessa alguma coisa no mundo das sensibilidades, onde o homem de amanhã
penetrará pelo seu campo de estudos, em todas as direções daquilo que Deus
criou, deduzindo-se daí, que todos os poderes vêm de Deus, assimilados por nós
e por tudo que existe.
Se o corpo é um instrumento
do Espírito, claro que esse instrumento deve ser dotado de certas facilidades
para que o Espírito expresse seus dons e exercite as faculdades durante a sua
existência na Terra, porque, em geral, a matéria é um impedimento na filtragem
medianímica. Todas as coisas se comunicam entre si, porém, essa comunicação
será mais ou menos impedida quanto mais se materializa a alma, quanto mais desce
o Espírito, enfronhando-se nos liames da carne.
Notamos muitas famílias em
que somente um dos membros possuí mediunidade em exercício, sendo que os
outros, por vezes, trabalham para essa aquisição e nada conseguem. Já em
outras, aparece espontaneamente essa faculdade. Nós já trazemos do mundo espiritual
as nossas tarefas definidas, e em poucos casos elas são mudadas, conforme as necessidades
e o merecimento de cada um.
Quantas criaturas recebem
dos benfeitores espirituais o investimento em suas faculdades, na sua saúde ou
em muitos transes da existência, para que possam produzir mais, para
aproveitarem a oportunidade como Espíritos encarnados, que se encontram
vencendo as dificuldades nos caminhos da ignorância!? Isso é uma glória para a
alma, mas, também, muitos ficam nos caminhos quase a sós por não valorizarem a
assistência espiritual que os bondosos amigos espirituais lhe oferecem. Esse
tipo de Espírito caminha a passos lentos, com o poder de assimilação retardada.
A Doutrina dos Espíritos vem
esclarecer a todos o modo pelo qual devem assegurar esses valores,
compreendendo que em torno de si existem muitos Espíritos interessados em os
ajudar. Se há muitos Espíritos brincalhões em seus passos, é por sintonia; a
afinidade é uma lei. Verificando isso, devemos trabalhar com toda intensidade
para desvincular os laços com esses Espíritos inferiores, de modo que seus
caminhos fiquem livres das investidas das trevas. Não que devamos desistir de
ajudar esses Espíritos, pois eles precisam de nós, entretanto, é necessário
saber cooperar com eles, sem ligações pela lei dos semelhantes, para não se
turvarem os nossos sentimentos.
Fonte:
O livro dos Espíritos. Allan
Kardec. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB, DF.
Filosofia espírita. Psicografada por João Nunes Maia/Miramez. Fonte viva, Belo Horizonte. 10 volumes.
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