Autor espiritual: Emmanuel
Ano: 1956
Prefácio:
Com Jesus e Por Jesus
Na introdução de “O Livro
dos Espíritos”, recolhemos de Allan Kardec esta afirmação expressiva: “As
comunicações entre o mundo espiritual e o mundo corpóreo estão na ordem natural
das coisas e não constituem fato sobrenatural, tanto que de tais comunicações
se acham vestígios entre todos os povos e em todas as épocas. Hoje se
generalizaram e tornaram patentes a todos.”
No item VIII das páginas de
conclusão do mesmo livro, o Codificador assevera com segurança:
“Jesus veio mostrar aos homens o caminho do verdadeiro bem. Por que, tendo-o enviado para fazer lembrar sua lei que estava esquecida, não havia Deus de enviar hoje os Espíritos, a fim de a lembrarem novamente aos homens, e com maior precisão, quando eles a olvidam para tudo sacrificar ao orgulho e à cobiça?”
E sabemos que, de permeio, o
grande livro que lançou os fundamentos do Espiritismo trata, dentre valiosos
assuntos, das leis de adoração, trabalho, sociedade, progresso, igualdade,
liberdade, justiça, amor, caridade e perfeição moral, bem como das esperanças e
das consolações.
Reportamo-nos a tais
referências para recordar que o fenômeno espírita sempre esteve presente no
mundo, em todos os lances evolutivos da Humanidade, e que Allan Kardec, desde o
inicio do ministério a que se consagrou, imprimiu à sua obra o cariz religioso
de que não podia ela ausentar-se, tendo até acentuado que o Espiritismo é forte
porque assenta sobre os fundamentos mesmos da Religião: Deus, a alma, as penas
e as recompensas futuras.
Aceitamos, perfeitamente, as
bases científicas e filosóficas em que repousas a Doutrina Espírita, as quais
nos ensejam adquirir a “fé raciocinada capaz de encarar a razão face a face”,
contudo, sobre semelhantes alicerces, vemo-la, ainda e sempre, em sua condição
de Cristianismos restaurado, aperfeiçoando almas e renovando a vida na Terra,
para a vitória do Infinito Bem, sob a égide do Cristo, nosso Divino Mestre e
Senhor.
O apóstolo da Codificação
não desconhecia o elevado mandato relativamente aos princípios que compilava,
e, por isso mesmo, desde a primeira hora, preocupou-se com os impositivos
morais de que a Nova Revelação se reveste, tendo salientado que as
consequências do Espiritismo se resumem em melhorar o homem e, por conseguinte,
torná-lo menos infeliz, pela prática da mais pura moral evangélica.
Sabemos que a retorta não
sublima o caráter e que a discussão filosófica nada tem que ver com caridade e
justiça. Com todo o nosso respeito, pois, pela filosofia que indaga e pela
ciência que esclarece, reconheceremos sempre no Espiritismo o Evangelho do
Senhor, redivivo e atuante, para instalar com Jesus a Religião Cósmica do Amor
Universal e da Divina Sabedoria sobre a Terra.
Espíritos desencarnados aos
milhões e em todos os graus de inteligência enxameiam o mundo, requisitando,
tanto quanto os encarnados, o concurso da educação.
Não podemos, por isso,
acompanhar os que fazem de nossa Redentora Doutrina mera tribuna discutidora ou
simples caçada a demonstrações de sobrevivência, apenas para a realização de
torneios literários ou para longos cavacos de gabinete e anedotas de salão, sem
qualquer consequência espiritual para o caminho que lhes é próprio.
Estudemos, assim, as lições
do Divino Mestre e aprendamo-las na prática de cada dia.
A morte a todos nos reunirá para a compreensão da verdadeira vida. . . E, sabendo que a justiça definir-nos-á segundo as nossas obras, abracemos a Codificação Kardequiana, prosseguindo para a frente, com Jesus e por Jesus.
Emmanuel
(Pedro Leopoldo, 11 de fevereiro de 1956)
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