MUNDO
ESPÍRITA OU DOS ESPÍRITOS
CAPÍTULO VIII – EMANCIPAÇÃO DA ALMA
Dupla vista
447. O fenômeno a que se dá
a designação de dupla vista tem alguma relação com o sonho e o sonambulismo?
“Tudo
isso é uma só coisa. O que se chama dupla vista é ainda resultado da libertação
do Espírito, sem que o corpo seja adormecido. A dupla vista ou segunda vista é
a vista da alma.”
Dupla vista
O Espírito é um somatório de
belezas imortais, onde Deus colocou o Seu amor, de modo que, aflorando as
faculdades na alma, provêm de uma só fonte: do poder de Deus em nós.
A dupla vista tem relação profunda com o sonambulismo, os sonhos e o êxtase, assim como se afina com todas as outras faculdades espirituais. A vista ampliada não é nada mais que um pouco de liberdade do Espírito. Quanto mais evoluído, mais sabe ele entrar em liberdade espiritual, como sendo uma das faculdades afloradas.
O homem do porvir será capaz
de entrar em transe conscientemente, sem certas dificuldades que observamos
agora, devido à falta de adestramento espiritual. Jesus não precisava entrar em
catalepsia nem na inconsciência para ver com precisão o mundo espiritual, ou
para receber as ondas etéricas enviadas por Deus. Ele era dotado de pureza
mediúnica em todos os seus aspectos.
Nós outros estamos
caminhando para a consciência, no exercício dos nossos dons, e o Espiritismo
com Jesus nos faculta esses caminhos na senda do verdadeiro amor. No entanto,
as almas devem procurar a perfeição das suas qualidades, não que elas se encontrem
imperfeitas, mas, é a nossa posição ante os valores espirituais que estão sem
preparo. Necessário se faz que despertemos o que dorme em nós. Os dons
espirituais que todos nós possuímos são inerentes ao Espírito, e servem para
mostrar que podemos nos servir dessa condição, mostrando que existe além do
corpo físico uma chama inteligente como foco de Deus a brilhar na matéria.
Jesus, ensinando aos homens
de boa vontade na Sua época, dizia para os que não tinham condições de aprender
as lições, que muitos tinham olhos, mas não viam; tinham ouvidos, mas não
escutavam. Por quê? Por que as suas qualidades espirituais permaneciam em
estado latente, e que mais adiante o tempo poderia conferir-lhes essas
qualidades, acordando-as.
Para ouvir as coisas
espirituais, tanto quanto ver, é preciso estar preparado. Para tal empenho,
carece-se de suportação. A verdade deve ser dosada de acordo com a elevação da
alma. Tudo na vida se encontra em cadeia. As sequencias vibratórias estão ligadas
umas às outras, transmitindo as bênçãos do Criador em forma de comando.
Desligando-se dele, tudo fenece, porque somente Ele, Deus, é doador da vida. A
mediunidade esclarecida é faculdade já em estado de elevação.
O médium cristão trabalha
conscientemente, exercitando suas faculdades em favor do próximo e, se
persistir no bem, essas faculdades irão crescendo cada vez mais, de modo a
mostrar nos seus simples exemplos que ele se movimenta com os fenômenos, a
mostrar que a vida não é somente na carne, que esta é consequência da vida
imortal onde palpita o Espírito.
É muito bom que todos os
homens passem a conscientizar-se das verdades espirituais para facilitar o
ingresso em outras dimensões de vida, assegurando para todos mais esperança na
vida futura. Além da dupla vista, o ser humano, com a devida compreensão das
verdades, começa a sentir a realidade. Não é preciso ver nem pegar, porque a
verdade tem outros caminhos para se mostrar na intimidade do Espírito. Todos
nós somos mananciais de Deus, onde Ele depositou toda a Sua confiança e o Seu
amor, de modo que esse amor cresça e liberte os valores para a nossa
felicidade.
Fonte:
O livro dos Espíritos. Allan
Kardec. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB, DF.
Filosofia espírita. Psicografada por João Nunes Maia/Miramez. Fonte viva, Belo Horizonte. 10 volumes.
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