MUNDO
ESPÍRITA OU DOS ESPÍRITOS
CAPÍTULO IX – INTERVENÇÃO DOS ESPÍRITOS NO MUNDO
CORPORAL
Possessos
476. Mas, não pode acontecer
que a fascinação exercida pelo mau Espírito seja de tal ordem que o subjugado
não a perceba? Sendo assim, poderá uma terceira pessoa fazer que cesse a
sujeição da outra? E, nesse caso, qual deve ser a condição dessa terceira pessoa?
“Sendo
ela um homem de bem, a sua vontade poderá ter eficácia, desde que apele para o
concurso dos bons Espíritos, porque, quanto mais digna for a pessoa, tanto
maior poder terá sobre os Espíritos imperfeitos, para afastá-los, e sobre os
bons, para os atrair.
Todavia,
nada poderá, se o que estiver subjugado não lhe prestar o seu concurso. Há
pessoas a quem agrada uma dependência que lhes lisonjeia os gostos e os
desejos. Qualquer, porém, que seja o caso, aquele que não tiver puro o coração
nenhuma influência exercerá. Os bons Espíritos não lhe atendem ao chamado e os
maus não o temem.”
Ação do homem de bem
O homem de bem a que aqui
nos referimos é aquele que já se encontra moralizado, pelo domínio do Evangelho
de Nosso Senhor Jesus Cristo. Essa criatura tem força sobre os Espíritos
ignorantes e basta a sua presença para eles se afastarem. O ambiente puro os
constrange, impacienta, e eles o abandonam, quando este se encontra carregado
de fluidos elevados.
Quando uma alma vai
conversar com um Espírito que esteja influenciando alguma pessoa, e essa alma
não reúne condições morais para tal empreendimento, ele não a respeita, e
passam a discutir e até mesmo a trocar impropérios. A força moral é tudo no
aprendizado, bem como para afastar as más entidades que perturbam o ambiente
familiar e as pessoas.
Mas, para ficar livre de
entidades malfazejas definitivamente, o homem deve se moralizar, empenhar-se
para reformular ideias, consertar pensamentos e mudar de vida. Mudando
interiormente a lei se encarrega das mudanças externas. A obsessão, que chega
por descuido à possessão, pode entrar sem que a criatura o perceba de modo mais
claro. A sutileza é muito grande e é preciso muita sensibilidade do encarnado,
para percebê-la, porque entre nossos pensamentos existem intervalos, pequenos
que sejam, mas, que permitem a intromissão dos pensamentos estranhos.
Pode ser pelas ideias
estranhas que os nossos pensamentos sejam mudados; assim, não devemos aceitar
os enxertos fascinadores carregados de paixões inferiores. O raciocínio, neste
caso, deve ser puro, para a devida seleção de valores.
O que ocorre no mundo dos
encarnados pode se passar no mundo dos Espíritos. Estes, quando inferiores,
subjugam Espíritos ignorantes, assim como Espíritos iluminados ajudam os
sofredores pelos mesmos processos. É a mediunidade agindo em toda parte,
precisando ser moralizada, educada nos planos de Jesus. No caso do orientador
sem a devida moral evangélica, quando passa a falar com Espíritos, no sentido
de afastá-los de determinadas pessoas que estes perseguem, os Espíritos
inferiores não o respeitam, nem atendem à sua argumentação e, por vezes os
benfeitores não atendem a seus chamados, por não estarem devidamente seguros no
que falam, por não viverem o que ensinam. Neste caso, a moral elevada é força
da alma para a paz onde quer que seja.
O homem de bem é uma luz
onde estiver, transmitindo paz para onde entender e mostrando para os que o
cercam o amor a se irradiar do seu sensível coração. Todas as organizações
espíritas haverão de mostrar, primeiramente, pelo exemplo dos seus dirigentes,
o que é vida reta, e os que ouvem os conselhos se interessarão pela prática dos
ensinamentos do Cristo. Desta forma, os Espíritos inferiores que desejam
melhorar, assimilam os conceitos valiosos de Jesus, e os que não se interessam
se retiram, procurando outro ambiente que lhes sirva de campo para as suas
inferioridades morais.
A vida é sintonia; somente
colhemos o que plantamos, em pensamentos, palavras e atos. Orar e vigiar,
novamente entra em pauta, porque a fascinação pode dominar com muita facilidade
as pessoas. Pode o encarnado sugerir pensamentos inferiores e estes serem
absorvidos como sendo seus, e essa sugestão pode ser diária, até chegar mesmo à
possessão.
A Doutrina dos Espíritos é
campo de informações seguras de como livrar-se das más influências de Espíritos
enganadores. Compete a nós outros um trabalho de seleção daquilo que vem à
nossa mente. A Terra já é ambiente propenso à inferioridade e sofremos influência
ainda maior quando atraímos para junto de nós, Espíritos voltados para o mal.
Fonte:
O livro dos Espíritos. Allan
Kardec. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB, DF.
Filosofia espírita. Psicografada por João Nunes Maia/Miramez. Fonte viva, Belo Horizonte. 10 volumes.
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