MUNDO
ESPÍRITA OU DOS ESPÍRITOS
CAPÍTULO IX – INTERVENÇÃO DOS ESPÍRITOS NO MUNDO
CORPORAL
Convulsionários
481. Desempenham os Espíritos algum papel nos fenômenos que se dão com os indivíduos chamados convulsionários?
“Sim
e muito importante, bem como o magnetismo, que é a causa originária de tais
fenômenos. O charlatanismo, porém, os tem amiúde explorado e exagerado, de
sorte a lançá-los ao ridículo.”
a) De que natureza são, em
geral, os Espíritos que concorrem para a produção desta espécie de fenômenos?
“Pouco
elevada. Supondes que Espíritos superiores se deleitem com tais coisas?”
Convulsionários
Os convulsionários na
Doutrina dos Espíritos são os médiuns de hoje, e eles devem se educar em todos
os sentidos para ajudar na divulgação do Evangelho de Jesus, porque, desta forma,
se faz luz para iluminar todos os caminhos das trevas. Agindo assim, estarão
como cooperadores da grande obra de Deus, de estender o amor onde quer que
seja.
É de se notar que a
faculdade é uma só no seu interesse pela luz, no desabrochar da alma para a
libertação espiritual; no entanto, ela se divide em muitas outras para dar a
expressão de recursos inúmeros no conhecimento e na aquisição do amor. São
oportunidades para a iluminação da alma, porém, muitos companheiros, em se lhes
faltando o discernimento, trilham guiados por sua vontade ou dirigindo-se a
outros caminhos errados.
Os chamados convulsionários
formam uma dessas divisões das faculdades espirituais, seja a convulsão
espontânea ou provocada, sem deixar faltar o agente comum que é o magnetismo,
que obedece à força mental, acompanhando os caminhos traçados pela vontade. Ele
recebe o comando da alma encarnada ou desencarnada e obedece. Os que abusam dos
chamados convulsionários, usando dos fenômenos que resultam desta faculdade,
respondem por seus efeitos. Todos os convulsionários, quando orientados por
pessoas ignorantes, acabam caindo no ridículo e sendo por elas abandonados.
O hipnotizador procura
sensitivos para fazer espetáculos públicos, usa-os à sua maneira, mostrando
seus poderes, e desaparece como apareceu, deixando seus tutelados com o sistema
nervoso abalado, sujeito a novos desequilíbrios. O magnetismo, o hipnotismo, as
sugestões, e outras manifestações similares representam força virgem sem
inteligência, que obedece cegamente às inteligências que queiram usá-las. Jesus
deu a maior mostra de como ser útil, usando as forças espirituais para curar,
sem especular, para consolar sem estipular preços, para levantar caídos sem
exigências, para instruir, amando aos sofredores. E a Doutrina dos Espíritos
reforça e mostra as finalidades, e como devemos orientar essas forças da
natureza, provando, assim, a bondade de Deus e a sua misericórdia em favor dos
homens.
Se sabes alguma coisa sobre
a força magnética, procura usá-la no serviço da caridade. Mesmo conversando com
o teu irmão, podes usar o magnetismo impregnando nele teus sentimentos de amor
e caridade, de saúde e de paz espiritual. O ser humano, mais propriamente, o
Espírito, é um gerador magnético; por onde passa, deixa o rastro dos seus fluidos,
queira ou não, como mensagem sua na palavra e nos gestos. Ele serve de instrumento
tanto para a luz, como para as trevas, dependendo da sua educação espiritual. O
magnetismo se faz semente em tuas mãos. Procura usá-lo nas linhas do amor, que
a correspondência se fará presente, devolvendo o mesmo amor para o teu coração.
Mas, se o usas para o mal, já sabes o tipo de Espírito que pode te ajudar, não
precisa comentários; se para o bem, a ação já indica Espíritos benfeitores.
Antes de entrar nesse campo de
operações, não te esqueças de ti mesmo, do teu preparo na arte de lidar com as
forças sutis da natureza. Elas tanto te elevam, quanto podem te atirar a um
fosso de erros. Procura estudar os grandes pesquisadores e a orientação de
Jesus, para que possas ser feliz, abrindo caminhos para a felicidade alheia.
Toda ordem de fenômenos é
perigosa, principalmente quando os orientadores procuram se satisfazer a si
mesmo, obtendo vantagens pessoais. O charlatão, mesmo que pareça bem posto na
sociedade, mesmo que se encontre aparentemente feliz em família, mesmo que nos
pareça cheio de tranquilidade, não acredites nele, pois é como o edifício que
se eleva sem alicerces, e quando tem algumas bases, elas estão sobre a areia: a
qualquer ventania provocada pelos desmascaradores, desmoronam repentinamente.
Somente persistem aqueles
que fazem tudo por amor, desejando somente a paz das criaturas, amando-as como
a si mesmos. Estes ficarão de pé, mesmo que se encontrem em simples residência,
e sem nenhuma expressão política ou financeira, mas se encontram apoiados pela
verdade, honestidade e amor.
Os convulsionários devem
despertar para o Cristo de Deus, de modo que a vida reta possa substituir o
gazofilácio dos interesses pessoais e financeiros.
Fonte:
O livro dos Espíritos. Allan
Kardec. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB, DF.
Filosofia espírita. Psicografada por João Nunes Maia/Miramez. Fonte viva, Belo Horizonte. 10 volumes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário