MUNDO
ESPÍRITA OU DOS ESPÍRITOS
CAPÍTULO IX – INTERVENÇÃO DOS ESPÍRITOS NO MUNDO
CORPORAL
Penetração de nossos pensamentos pelos espíritos
458. Que pensam de nós os
Espíritos que nos cercam e observam?
“Depende.
Os levianos riem das pequenas partidas que vos pregam e zombam das vossas
impaciências. Os Espíritos sérios se condoem dos vossos reveses e procuram vos ajudar.”
Conceito e indulgência
Os Espíritos levianos, quando cercam os encarnados, observando seus pensamentos, quando inferiores, riam e fazem histórias. O deboche é o ambiente natural deles, sempre
comparando o que os homens falam, com o que fazem e pensam, principalmente quando aqueles estão a dar conselhos aos outros. A vida de um instrutor ou conselheiro deve, portanto, ser reta ou, pelo menos, estar em esforço constante para viver o que fala ou escreve.Os Espíritos sérios, ao se
acercarem dos homens, nos momentos de fraquezas nos seus caminhos, se apiadam
das suas mal alinhadas atitudes, e passam a inspirá-los com pensamentos sérios
e benfeitores. Não julgam qualquer pessoa, por terem passado por essas fases
também. Eles se lembram de que as fraquezas são sintomas de todos os princípios
da vida espiritual.
Quando estamos a sós, onde
quer que seja, não pensemos que verdadeiramente nos encontramos sem
testemunhas. Os Espíritos estão nos cercando, principalmente os inferiores, que
não têm o que fazer, ao passo que os Espíritos sérios ocupam-se sempre com
coisas sérias, e suas tarefas são cumpridas nas horas que o Senhor lhes deu
para realizar.
Há classes de Espíritos que
passam o dia inteiro a anotar os malfeitos dos outros e se esquecem de que não
estão fazendo outra coisa, senão o que veem nos seus companheiros de
inferioridade. Quando desejamos desmoralizar alguém, estamos fazendo o mesmo
que esse alguém. Convida-nos a consciência em Cristo a cuidarmos de nós mesmos,
meditarmos sobre o que deveremos fazer e construirmos nosso próprio mundo
interno. Desta forma, não sobrará tempo para analisarmos a vida alheia.
Quando os Espíritos
inferiores brincam conosco das nossas inferioridades, é por encontrarem nas
nossas ideias paixões compatíveis com as deles. Nós assimilamos seus pensamentos,
e eles os nossos. É, pois, uma verdadeira simbiose, um desastre moral para as
duas partes. Somente Jesus nos faz libertar dessas inconveniências, se
observarmos Seus ensinamentos, passando a praticá-los na decência do Seu
ambiente de luz.
Os Espíritos levianos estão
sempre cercando os mentirosos, os egoístas, os igualmente levianos encarnados.
Observemos a nossa vida e vejamos as companhias que temos, as testemunhas
espirituais que nos cercam. Se alimentamos o orgulho, certamente que a lei nos
dará ambiente propício para Espíritos desencarnados orgulhosos, e somente
sairemos de suas faixas quando a humildade dominar nossos caminhos e o amor
dominar a humildade. Devemos observar nossos pensamentos em todas as horas e
saberemos qual a fonte que os está gerando.
Os Espíritos levianos estão
à solta, sem ocupação séria, à cata de leviandade. Se não queremos essas
companhias, busquemos Jesus operante, e com Ele não paremos de operar no bem
comum e no trabalho da caridade que nos salvará dessas companhias inconvenientes.
Quando constatar que se
encontra cercada de Espíritos levianos, a criatura não deve pretender
expulsá-los com violência, sem a devida reforma nas suas atitudes, porque, se
não mudar de faixa vibratória, mandará embora um e atrairá sete ou mais para a
sua companhia. Necessário se faz que promova mudança de pensamentos, para que
possa atrair Espíritos dos mesmos pensamentos, com ideias renovadas no bem
comum.
Fonte:
O livro dos Espíritos. Allan
Kardec. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB, DF.
Filosofia espírita. Psicografada por João Nunes Maia/Miramez. Fonte viva, Belo Horizonte. 10 volumes.
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