MUNDO
ESPÍRITA OU DOS ESPÍRITOS
CAPÍTULO IX – INTERVENÇÃO DOS ESPÍRITOS NO MUNDO
CORPORAL
Influência oculta dos Espíritos em nossos
pensamentos e atos
469. Por que meio podemos
neutralizar a influência dos maus Espíritos?
“Praticando
o bem e pondo em Deus toda a vossa confiança, repelireis a influência dos
Espíritos inferiores e aniquilareis o império que desejam ter sobre vós.
Guardai-vos de atender às sugestões dos Espíritos que vos suscitam maus
pensamentos, que sopram a discórdia entre vós outros e que vos insuflam as
paixões más. Desconfiai especialmente dos que vos exaltam o orgulho, pois que
esses vos assaltam pelo lado fraco. Essa a razão por que Jesus, na oração dominical,
vos ensinou a dizer: “Senhor! Não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do
mal.”
Neutralizar
O modo pelo qual podemos
neutralizar a influência dos Espíritos ignorantes é, certamente, fazendo o bem.
O bem é força poderosa contra o mal, é o antídoto da influência do mal.
O Espírito, em certa fase na
sua vida, fica propenso às más radiações, por encontrar dentro de si paixões
inferiores acesas, e como o semelhante atrai os semelhantes, Espíritos
equivocados dele se aproximam. Mesmo que o sugestionado esteja se esforçando
para se desligar das inferioridades, ele ainda é afetado pelos resquícios que
tem das paixões inferiores. A pureza espiritual é demorada para ser adquirida;
podemos gastar várias reencarnações a fim de conhecermos a verdade e ela nos tomar
livres.
Devemos, também, confiar em
Deus, Chave-Mestra para o isolamento dos Espíritos inimigos, no entanto, não
podemos confiar em Deus envolvidos no mal. Somente o bem neutraliza o mal,
somente o amor neutraliza o ódio, somente o perdão neutraliza a violência.
Se pretendemos ajudar os
ignorantes, não nos afastemos deles. A vida ensina como nos aproximar dos que
esqueceram o amor. Todas as soluções de todos os problemas se encontram dentro
deles. Nós, quando começamos a fazer o bem e a pensar no amor, no perdão e na
fraternidade, achamos que já estamos livres das sugestões do mal que os inimigos
espirituais nos inspiram. Enganamo-nos, pois, só quando passamos a viver o bem
ininterruptamente é que não deixamos lugar para os pensamentos inferiores
entrarem em nossa casa mental. Se somente vivemos o bem por doze horas do dia,
as outras doze estarão sujeitas ao mal, assim, pode-se avaliar o quanto
poderemos estar sendo influenciados pelas sombras.
No entanto, foi-nos dada a
razão, para que possamos discernir uma coisa da outra. Temos, ainda, os livros
na santificação do amor, para que possamos sentir os meios de nos livrar do
mal. Foram designados, também, companheiros espiritualizados para nos ajudarem
nos momentos de fraqueza. Deus ajuda Seus filhos por todos os meios possíveis,
com o fim de despertar as criaturas, desligando-as das correntes da ignorância.
Embora já tenhamos falado,
tornamos a dizer que entre os pensamentos há certos intervalos, onde agem os
Espíritos inferiores, com suas sugestões inconvenientes mas, se analisarmos os
pensamentos, encontraremos os que vêm de fora. Se nós mesmos emitirmos
pensamentos indignos, evitemos dar-lhes continuidade, para que não nos façam
joguetes de ilusões. Criemos uma carapaça em tomo de nós mesmos com a prática
das virtudes ensinadas por Jesus, de modo que nos resguardemos das investidas
das trevas.
Acendamos a nossa luz, que
ela queima a borrasca das ideias inadequadas ao bem. Não deixemos que o mal nos
dirija. Se sentirmos dificuldades em viver no bem, em amar a todas as
criaturas, em gostar da fraternidade, peçamos ajuda aos que nos são superiores,
que as bênçãos de Deus não faltarão aos de boa vontade.
Ao deitar, o homem não deve
esquecer a oração e ao se levantar, deve fazer o mesmo. Ela é força poderosa
para ajudar na neutralização das investidas das sombras em nossos caminhos.
Temos o conhecimento e devemos saber como convém aplicá-lo, porque a sabedoria
pode nos ajudar muito a encontrar a paz, pela conquista do amor.
Se os pensamentos que
surgirem em nossa mente nos sopram a discórdia, livremo-nos deles, porque,
vindo de dentro ou de fora, nos impulsiona para o sofrimento. Procuremos Jesus
em todas as situações de vida, que Ele é amor em Deus e pode nos socorrer, com
a vida na amplitude da paz.
Fonte:
O livro dos Espíritos. Allan
Kardec. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB, DF.
Filosofia espírita. Psicografada por João Nunes Maia/Miramez. Fonte viva, Belo Horizonte. 10 volumes.
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