MUNDO
ESPÍRITA OU DOS ESPÍRITOS
CAPÍTULO IX – INTERVENÇÃO DOS ESPÍRITOS NO MUNDO
CORPORAL
Anjos de guarda. Espíritos protetores, familiares
ou simpáticos
492. O Espírito protetor se
dedica ao indivíduo desde o seu nascimento?
“Desde
o nascimento até a morte e muitas vezes o acompanha na vida espírita, depois da
morte, e mesmo através de muitas existências corpóreas, que mais não são do que
fases curtíssimas da vida do Espírito.”
Dedicação
O Espírito protetor, ou
anjo-guardião, tem uma dedicação extremosa para com aquele que é seu protegido.
Conhece-lhe as dificuldades e sabe muito bem das suas fraquezas; sente como pai
as suas necessidades, mesmo as físicas, e sabe, como protetor, tolerar suas
deficiências; no entanto, ele não perde oportunidade de o aconselhar, como se
fosse a consciência, para melhorar cada vez mais sua conduta espiritual ante a
vida.
Dedicação não quer dizer apoio em tudo. A paternidade espiritual é porta para a escola, onde o aprendiz é envolvido na fraternidade, mas, quando preciso, recebe a energia que educa. O protetor está mais ocupado com o seu protegido em educá-lo, porque a instrução vem como consequência espiritual, O educado sempre procura a instrução, como sendo o conforto e a luz do seu caminho.
O Espírito protetor acompanha
seu tutelado desde o nascimento até a desencarnação e, em muitos casos,
continua acompanhando-o no mundo dos Espíritos. Há muitos casos em que o
Espírito guardião serve de amparo ao seu protegido por muitas reencarnações, e
sente no coração a glória das suas vitórias. Ele abraça seu protegido e lhe
infunde energias que o amor fornece, como sendo a vitória de Jesus reunindo
ovelhas para o grande rebanho da fraternidade.
Há casos, ainda que raros,
em que o anjo-guardião toma um corpo físico para ser mãe ou pai do seu
tutelado, para lhe levantar o ânimo nas lutas indispensáveis e nas provas por
que deve passar, colocando outro em seu lugar, no mundo espiritual, trabalhando
em conjunto para a salvação do seu filho do coração. É a renúncia que salva, é
a caridade verdadeira vestindo-se de carne, no sentido de ambientar seu
tutelado no bem que nunca morre, em nome d’Aquele que é a Luz do mundo.
Quando o tutelado reconhece
o esforço grandioso do seu protetor para o encaminhar no bem, chora no seu
calor de pai, e faz todos os esforços para corresponder ao amor que recebe do
coração que o ama sem exigir. Quando o apóstolo João fala que Deus é amor,
compreendemos de imediato a essência dessa virtude sem par, e se nós já
sentimos alguma coisa dessa virtude, devemos trabalhar para purificá-la cada
vez mais, em todos os sentidos.
A vida, sendo lei de Deus,
que verte d’Ele, não exige que despertemos de imediato para o amor na pureza
total que somente os Espíritos puros podem viver, mas, nos mostra que podemos
nos esforçar todos os dias para melhorar, elevando o nosso amor em direção às
culminâncias da própria vida em Cristo.
Se alguém dedica o tempo
para nos ajudar, porque não fazermos o mesmo, ajudando aos que se encontram na
nossa retaguarda? Façamos o mesmo; doemos o que recebemos por amor, ajudemos a
alguém a compreender melhor a paternidade universal, a amar a Jesus, a procurar
entender a caridade, sem esquecer o perdão. Se somos rodeados por vários
Espíritos de luz, eles ficarão alegres com esse trabalho, e são testemunhas de
que estamos nos esforçando em procura da luz. Dá o primeiro passo na descoberta
de ti mesmo, que a ajuda não tardará, vinda de todos os lados. Dedica-te ao
bem, que a dedicação do Bem Maior virá em tua procura; tal é a lei.
Fonte:
O livro dos Espíritos. Allan
Kardec. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB, DF.
Filosofia espírita. Psicografada por João Nunes Maia/Miramez. Fonte viva, Belo Horizonte. 10 volumes.
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