AS
LEIS MORAIS
CAPÍTULO X – LEI DE LIBERDADE
Escravidão
831. A desigualdade natural
das aptidões não coloca certas raças humanas sob a dependência das raças mais
inteligentes?
“Sim,
mas para que estas as elevem, não para embrutecê-las ainda mais pela escravização.
Durante longo tempo, os homens consideram certas raças humanas como animais de
trabalho, munidos de braços e mãos, e se julgaram com o direito de vender os
dessas raças como bestas de carga. Consideram-se de sangue mais puro os que
assim procedem. Insensatos! Nada veem senão a matéria. Mais ou menos puro não é
o sangue, porém o Espírito.” (361-803)
Desigualdade
A desigualdade das raças é
um acontecimento natural em todos os mundos, mesmo os espirituais. Não se
encontra em lugar algum igualdade de aptidões, e nem mesmo de evolução dos
Espíritos que habitam determinado lugar ou mundo. No entanto, os mais
inteligentes foram colocados ali para ajudar os menos capacitados, uns como
sendo crianças e outros adultos.
A lei nos fala que os fortes devem ajudar aos fracos e, consequentemente, os mais inteligentes instruírem aos que não alcançaram o dom do saber. Entretanto, os mais fortes abusam dos mais fracos e fazem deles escravos, até mesmo colocando-os no mercado qual mercadoria. Atualmente, o fazem por meios indiretos, mas assim acontece, e ao invés de os instruírem, servem-se deles para aumentar seu orgulho. As raças mais fortes e mais ricas escravizam as subdesenvolvidas; emprestam-lhes dinheiro em condições tais que nunca acabam de pagar, por eles mesmos, os ricos, não o desejarem, permanecendo infiltrados no país em decadência, dominando e tirando dos seus poucos celeiros o muito de que não precisam. Todavia, isso sempre aconteceu. O planeta passa por crises forjadas pelos seus moradores. Tanto os fracos, como os fortes, ninguém recebe o que não merece na pauta do tempo.
A vida espera que no amanhã
tudo mude. Os homens não nasceram das mãos de Deus para serem escravos e
escravizarem eternamente. As condições mudam e continuam mudando para melhor;
quem deve paga e quem tem para receber recebe, e todos passam a se entender na condição
de filhos de Deus.
O embrutecimento dos que
sofrem é ilusório, porque a lei não nos deixa retrogradar. Caminhemos sempre
para a frente, essa é a nossa alegria. Àqueles que nos oprimem, o tempo lhes
mostrará que não vale a pena a violência, e o próprio tempo lhes ensinará a nos
amar, nos ensinando, igualmente, o perdão de todas as ofensas. Nada muda na
estrutura do Espírito; ele nasceu das mãos perfeitas e é perfeito para a
eternidade. O que nos cabe examinar, nos julgando imperfeitos, é a falta de despertamento
dos valores imortais que trazemos desde a nossa geração no seio divino, Pai e
Mãe de todos nós, encarnados e desencarnados.
As desigualdades, pois,
existem por causa das diferentes idades espirituais das almas. Isso é justiça,
é o próprio amor que nos coloca nessas posições por merecimento. Da opressão
que certas raças sofrem, ganhar-se-á com isso no futuro. Quantas nações do
passado, que dominaram meio mundo e que hoje pedem socorro e recebem das
dominadas de ontem? Tudo na vida tem ascensão e queda, visando ao
desenvolvimento de tudo e de todas as criaturas de Deus. As desigualdades são
nota de beleza na própria natureza, onde nada se vê obedecendo a uma igualdade
e formas, desde o átomo até os mundos.
As desigualdades dos
Espíritos não partem da sua gênese, mas da sua idade. O tempo vai chegando, de
modo que todos recebem as mesmas bênçãos do despertar do Cristo nos corações.
Notemos os animais: quantos vivem nas florestas, submetendo-se a difícil viver,
onde as condições são terríveis, enquanto outros vivem vida quase humana nas
cidades!? Por que essa diferença? Assim as árvores, assim tudo que existe. Em
tudo encontramos diferenças, no entanto, no fundo formamos um todo em Deus, no
esplendor da Sua luz.
A primeira carta de Paulo
aos Tessalonicenses, no capítulo três, versículo três, nos diz:
A fim de que ninguém se
inquiete com essas tribulações, porque vós mesmos sabeis que estamos designados
para isso.
O livro dos Espíritos. Allan Kardec. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB, DF.
Filosofia espírita. Psicografada por João Nunes Maia/Miramez. Fonte viva, Belo Horizonte. 10 volumes.
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