AS
LEIS MORAIS
CAPÍTULO X – LEI DE LIBERDADE
Liberdade de consciência
840. Será atentar contra a
liberdade de consciência pôr óbices a crenças capazes de causar perturbações à
sociedade?
“Podem
reprimir-se os atos, mas a crença íntima é inacessível.”
A.K.:
Reprimir
os atos exteriores de uma crença, quando acarretam qualquer prejuízo a terceiros,
não é atentar contra a liberdade de consciência, pois que essa repressão em
nada tira à crença a liberdade, que ela conserva integral.
Reprimir os atos
É um dever da sociedade
organizada reprimir os atos que a possam perturbar. Existem crenças que
manifestam publicamente conceitos capazes de confundir e desorientar pessoas, e
mesmo estimular certos vícios em alguns dos que lhes seguem as orientações.
É para tanto que a sociedade tem a força orientada para reprimir qualquer quisto que lhe venha trazer embaraços e desarmonia; no entanto, a crença íntima que os dirigentes têm, elas se conservam intactas em amadurecimento, para se transformarem naquilo que seja a vontade do Criador. Na intimidade da alma, somente Deus pode intervir, usando a própria alma, objetivando a transformação espiritual.
É com o objetivo de manter a
ordem na ação das criaturas que as nações do mundo mantêm organizações
oficiais. Porém, por dentro, somente o tempo, que não deixa de ser as mãos de
Deus, pode ter acesso na educação dos povos.
O dever do governo estabelecido
é reprimir os atos das crenças que prejudicam a sociedade, porém, o mundo
interno de cada crente é inacessível a qualquer ser, que deseja investir no seu
terreno íntimo; é área reservada a ele e a Deus. É por isso que não devemos
julgar os outros no seu comportamento, fazendo-o somente quando esse
comportamento possa prejudicar os outros. Mesmo assim, existem departamentos
que cuidam dessas modalidades e os podem reprimir, não a intimidade, mas os
atos.
Compreendamos, pois, a
necessidade de tolerância entre os instrutores da humanidade para com os seus
seguidores e os que não aceitam corretivos para o seu aprimoramento espiritual.
Estes, algum dia, aceitarão o Evangelho e passarão a caminhar com o Cristo no
coração e descobrir Deus na consciência. Vamos buscar em Paulo, novamente,
alguns traços de entendimento que possam estabelecer em nós, e para com os
outros, a paz:
Quem come, não despreze ao
que não come; e o que não come, não julgue o que come, porque Deus o acolheu.
(Romanos, 14:15)
Não temos o direito de
impedir os sentimentos de quem quer que seja. A vida do próximo é dele; as suas
contas, ele terá de acertar com Deus e com mais ninguém. Os compromissos
assumidos são de responsabilidade d'Aquele que os fez. Os nossos irmãos têm,
por vezes, compromissos de que já não precisamos mais, assim, não devemos
julgá-los porque são diferentes dos nossos.
Reprimir os atos, quando
estamos sendo instrumento da lei da Terra, sem violentar a intimidade, é certo,
mas nunca passar disso, para que não nos aconteçam coisas piores. A liberdade
de pensar é divina, e nela não devemos nos intrometer. Se queremos ajudar aos
que se encontram na retaguarda, vivamos uma vida de nobreza, acompanhando
Jesus, que essa força do bom exemplo, em silêncio faz muita coisa em favor dos
que precisam de conselhos. Deus inspira a todos a seguirem o caminho que lhes
garante a paz de consciência, porque somente Ele a conhece e sabe ativá-la.
O livro dos Espíritos. Allan Kardec. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB, DF.
Filosofia espírita. Psicografada por João Nunes Maia/Miramez. Fonte viva, Belo Horizonte. 10 volumes.
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