AS
LEIS MORAIS
CAPÍTULO X – LEI DE LIBERDADE
Liberdade de consciência
842. Por que indícios se
poderá reconhecer, entre todas as doutrinas que alimentam a pretensão de ser a
expressão única da verdade, a que tem o direito de se apresentar como tal?
“Será
aquela que mais homens de bem e menos hipócritas fizer, isto é, pela prática da
lei de amor na sua maior pureza e na sua mais ampla aplicação. Esse o sinal por
que reconhecereis que uma doutrina é boa, visto que toda doutrina que tiver por
efeito semear a desunião e estabelecer uma linha de separação entre os filhos
de Deus não pode deixar de ser falsa e perniciosa.”
A boa e verdadeira doutrina
Para que possamos reconhecer
uma doutrina como boa, basta verificarmos seus preceitos e os seus componentes.
Aquela doutrina, ou mesmo filosofia espiritualista, cujos profitentes amarem
mais, essa doutrina é respeitável e será colocada como fonte de fraternidade.
Os filhos de Deus se unem por sentimentos dotados da verdade e de paz.
Poderemos reconhecer os verdadeiros discípulos de Jesus por muito se amarem.
A religião, no entanto, que gasta o seu tempo precioso em combater outras religiões, que persegue e calunia outras crenças, essa religião é, pelo seu caráter, perniciosa, e se encontra afastada do Evangelho de Jesus.
Não queremos dizer que a
Religião Espírita é a melhor. Os Espíritos benfeitores da humanidade, quando
escreveram que fora da caridade não há salvação, dão prova de que eles mesmos
não estavam escolhendo religião, mas sinceridade de ação. O que é caridade? É
amor. Portanto, fora dessa virtude não há salvação, porque Deus criou o amor,
para depois criar tudo o que existe e que possamos conceber.
O único sinal pelo qual
podemos reconhecer se uma doutrina é boa e verdadeira, é aquela que ensina a
amar mais, a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. Melhor
seria dizer, amar a Deus em todas as coisas, por ser Deus tudo para nós, seres
criados por Ele por amor. E se queremos sentir Deus mais de perto, Paulo nos
ensina, falando aos Romanos, no capítulo treze, versículo treze:
Andemos dignamente como em
pleno dia, não em orgias e bebedeiras, não em impudicícias e dissoluções, nem
em contendas e ciúmes.
É por esses meios que vamos
reconhecendo o verdadeiro crente, aquele que não precisa que se lhe faça
imposição para ter uma vida reta. Ele mesmo descobre o seu caminho, vendo e
sentindo que deve mudar os seus pensamentos para melhor, do modo pelo qual
Jesus nos ensinou. O homem de bem do futuro vai pensar e falar, vai falar e
escrever o que fala, sem nenhuma restrição, por estar integrado na verdade e no
amor.
Toda doutrina que tiver por
efeito semear a desunião, ela não é boa; os Espíritos da discórdia e da má fé
ali estão, inspirando seus dirigentes. Se eles pretendem defender a verdade da
qual se acham dotados, essa verdade é falsa, porque Deus é a verdade e não
precisa de defesa humana. Basta que os que pensam estar com a verdade, vivam-na
em silêncio, que ela se irradia em todas as direções, acendendo luzes e
deixando o amor, em suas múltiplas formas do bem.
As religiões que desejarem
melhorar, devem entender que Deus não é carrasco; Ele espera que todos
compreendam, mudando suas normas de viver. É somente se concentrarem nestas
palavras com interesse:
Deus é amor.
Se Ele é amor, como nos
falou João, o Evangelista, o que devemos fazer? Amar permanentemente em todas
as direções da vida... Todo aquele que queira se levantar contra Deus, já
deixou de viver, porque a vida é Deus.
O livro dos Espíritos. Allan Kardec. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB, DF.
Filosofia espírita. Psicografada por João Nunes Maia/Miramez. Fonte viva, Belo Horizonte. 10 volumes.
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