AS
LEIS MORAIS
CAPÍTULO X – LEI DE LIBERDADE
Livre-arbítrio
843. Tem o homem o
livre-arbítrio de seus atos?
“Pois
que tem a liberdade de pensar, tem igualmente a de obrar. Sem o livre-arbítrio,
o homem seria máquina.”
Livre arbítrio
O homem tem liberdade de
pensar e de operar; contudo, nas suas obras pode ser obstado pelas leis
humanas, se o que fizer for contra as regras da sociedade. No modo pelo qual
pensa, todavia, ele tem plena liberdade, porque nessa equação divina somente
ele e Deus se unem, compartilhando do segredo de pensar e sentir a vida.
O livre arbítrio é, pois, uma disposição de semear. Os pensamentos são sementes formadas no campo sagrado da alma, porém, ela é obrigada a colher seus frutos. A Doutrina Espírita, inspirada no Cristo de Deus, veio ensinar aos homens como escolher o que plantam na lavoura do mundo e das criaturas. é nessa escolha que a vida pode nos surgir cheia de esperança.
Se o homem não conseguiu
ainda limpar seus pensamentos dos contrários da caridade, deve esforçar-se mais
um pouco, passando a orar com mais fé, porque ninguém pode livrá-lo do mal, a
não ser ele mesmo. Se ontem os seus pensamentos estavam desgovernados, não
obedecendo a sua vontade, que se esforce de novo, descondicionando seu mundo
mental de velhos acordos com o mal, e esforçando-se no novo plantio, que a
Terra é boa e dadivosa", disse Caminha ao escrever ao rei de Portugal. Ele
falava da Terra física, e nós, o acompanhando, mostramos a Terra espiritual, as
mentes dos nossos irmãos em Jesus, nas quais existem Terras boas e dadivosas.
Em se plantando nelas, tudo dá e corresponde aos nossos sentimentos.
Sabendo disso, vamos
escolher sementes de primeira qualidade, para que os frutos sejam de primeira
ordem; a natureza não falha e nos devolve o que lhe damos. Temos o livre
arbítrio; apenas ele desaparece ante a paternidade divina, porque somente
fazemos o que a nossa evolução comporta fazer. Convém anotarmos urgentemente,
que subimos sempre na gradação que suportamos subir. É a lei agindo com a
proporção de cada ser.
Caminhamos para uma
liberdade maior, porque Deus quer que sejamos mais livres. Vamos ver em Lucas,
no capítulo quatro, versículo trinta e nove, esta referência:
Inclinando-se ele para ela,
repreendeu a febre, esta a deixou e ela, levantando-se, passou a servi-los.
Se temos o Cristo dentro de
nós, Ele vai nos ajudar a repreender a febre dos maus pensamentos que criamos
por ignorância, e esses, sendo da mesma massa divina, passarão a nos servir, à
luz do Evangelho, porque nada se perde no grande movimento da vida.
A matéria que vem a nós como
força divina e que vai nos servir para pensar, recebe na sua sensibilidade
nossos sentimentos e grava na sua estrutura nossos ideais. Aí, somos
responsáveis por essas sementes, colhendo mais tarde seus frutos. É o livre
arbítrio que nos faz entrar nessa escola, cujo aprendizado nos leva a conhecer
a verdade mais depressa.
A liberdade dos nossos atos
é vigiada, no aprimoramento espiritual. O que mais nos alegra é que somos
filhos de Deus e todos com os mesmos direitos e deveres. Entramos na vida por
vários caminhos e podemos escolher as diretrizes que nos convierem, porém, o
ponto final da chegada é um só: Deus, pelos canais do Amor e da Sabedoria.
Aconselhamos a todos os
seres humanos de todas as classes e dimensões, que aprendam a orar, pois é
através da oração que a luz de Deus nos visita com acentuada força de
transformação espiritual. Com ela, seremos obedientes a Deus e vamos ficar
livres do mal.
O livro dos Espíritos. Allan Kardec. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB, DF.
Filosofia espírita. Psicografada por João Nunes Maia/Miramez. Fonte viva, Belo Horizonte. 10 volumes.
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