AS
LEIS MORAIS
CAPÍTULO X – LEI DE LIBERDADE
Livre-arbítrio
844. Do livre-arbítrio goza
o homem desde o seu nascimento?
“Há
liberdade de agir, desde que haja vontade de fazê-lo. Nas primeiras fases da
vida, quase nula é a liberdade, que se desenvolve e muda de objeto com o
desenvolvimento das faculdades. Estando seus pensamentos em concordância com o
que a sua idade reclama, a criança aplica o seu livre-arbítrio àquilo que lhe é
necessário.”
Liberdade de agir
O Espírito, quando volta ao
corpo pelo processo da reencarnação, a princípio é tolhido na sua liberdade,
por estar inseguro no seu instrumento de carne, mas, o tempo leva-lo-á, pelo
crescimento do corpo, a certa liberdade, desde quando não lhe sejam impostas
certas provações ou expiação, quando seu carma lhe cobra dos seus atos do
passado. É preciso adquirir as condições para que ele possa chegar a uma
liberdade mais acentuada, porém, quando a tem, essa liberdade vai chegando com
o crescimento e ao se tornar adulto, é livre para pensar e fazer o que achar
mais conveniente dentro da vida.
Os atos e pensamentos estão sempre no nível que a idade do Espírito reclama, e quando chega ao máximo, ao estado de adulto, passa a responder diretamente pelos seus atos, de modo a ter liberdade plena de pensar o que por vezes condicionou nesta vida e em outras, em épocas diferentes. Eis a liberdade de agir, onde quer que se deseje, mas com uma condição imposta por Deus: a de responder pelo que se faz da própria vida.
Já falamos, mas tornamos a
dizer, que somente não temos livre escolha ante o nosso Pai que está nos céus,
porque também mora Ele na nossa consciência. Por exemplo, estamos aqui
escrevendo pelos canais mediúnicos; se quisermos, poderemos deixar de escrever,
mas outro tomará o nosso lugar. O trabalho não deixará de ser feito, porque
Deus o quer, entretanto, podemos escolher outro serviço, na grande vinha de
Deus. Não podemos parar, não temos livre vontade se essa é a vontade do
Criador. Mudamos de posições, mas nunca da direção que Deus estabeleceu para
todas as criaturas.
Todos somos chamados para
alguma coisa na vida, entrementes, os escolhidos são poucos, por ser pela
maturidade da alma. Essa é a razão por que alguns não compreendem a linguagem
de Jesus e são incapazes de ouvir a Sua palavra. Vamos ouvir João, quando ele
se refere ao que ouviu do Mestre, conforme anotado no capítulo oito, versículo
quarenta e três:
Qual a razão por que não
compreendeis a minha linguagem?
É porque sois incapazes de
ouvir a minha palavra.
A vontade de agir no bem,
compreender a linguagem do Evangelho e ouvir o Cristo é caso de maturidade
espiritual. A liberdade é para todos, mas nem todos estão despertados para
usá-la nos caminhos do amor. É verdade que todos somos chamados por Deus para o
aprendizado, mas nem todos escolhidos para se iniciarem na escola da verdade
como deseja a palavra do Mestre. Mas, temos o tempo como força divina, que
prepara a todos pelos processos variados, até nos deixar nos braços de Jesus,
capacitados para ouvi-Lo e, mais ainda, compreendê-Lo na plenitude do Seu amor.
Há, na verdade, liberdade de
agir, porque agir é plantar, mas somos forçados a colher o que lançamos na
leira do mundo, e na lavoura da mente humana. Essa é a lei de justiça. Pela
vontade, a escolha é nossa, que é obedecida pela nossa maturidade espiritual.
Nas primeiras fases da vida certamente que escolhemos mal e mal usamos as
nossas possibilidades, no dizer dos que não compreendem o trabalho de Deus,
porque tudo dá certo nas linhas da programação da Luz. O tesouro que Deus
colocou na engrenagem da alma vai despertando como que por encanto e
transformando-se em faculdades enobrecidas. De posse delas, vamos entender
quais os caminhos que deveremos tomar pela força da caridade e do amor que
começamos a perceber. Conscientizemo-nos, porém, de que é nosso dever, amar a
Deus em todas as direções. Aí estão todas as leis reunidas e as religiões
concentradas.
O livro dos Espíritos. Allan Kardec. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB, DF.
Filosofia espírita. Psicografada por João Nunes Maia/Miramez. Fonte viva, Belo Horizonte. 10 volumes.
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