AS
LEIS MORAIS
CAPÍTULO X – LEI DE LIBERDADE
Livre-arbítrio
850. A posição social não
constitui às vezes, para o homem, obstáculo à inteira liberdade de seus atos?
“É
fora de dúvida que o mundo tem suas exigências, Deus é justo e tudo leva em
conta. Deixa-vos, entretanto, a responsabilidade de nenhum esforço empregardes
para vencer os obstáculos.”
Posição social
O homem primitivo deve
crescer para a luz, e como crescer sem passar pelas escolas que a natureza cria
para todos os seres? Vê que a própria natureza te dotou de pés, de mãos e do
aparelho pelo qual raciocinas, enfim, de todo o corpo físico, no entanto, ela
não vem colocá-los em ação para ti; essa é a tua parte. Esse trabalho é da
razão, e a inteligência deve escolher o que fazer, para assim responder pelo
que faz.
Quando o selvagem, começa a viver em uma sociedade, as suas necessidades crescem e as suas responsabilidades também, no entanto, nesse convívio ele sobe mais na escala dos Espíritos esclarecidos. Aparecem obstáculos que ele deve superar, aparecem dores que ele deve suportar e cuja mensagem deve compreender, aparece toda ordem de agressões que ele deve desfazer. Mas, somente o tempo, sendo força de Deus, pode lhe conferir o diploma de completista na subida para a Luz, para a libertação espiritual.
O mundo tem suas exigências;
se assim não fora, não constituiria escolas para esse aprendizado. É
necessário, e tanto o é que foi a Maior Inteligência que criou essas leis para
educar e disciplinar os homens e demais seres no silêncio da vida. A evolução
é, de certa forma, imposta às criaturas, porque fomos feitos para isso. Se
queres estacionar, a vida não o consente, por ser ela movimento, tanto que,
quando a alma não se movimenta no bem, ela passa a fazê-lo no mal, mas, como o
mal cansa, por não termos sido feitos para ele, passamos, depois de muitos
sofrimentos, a aceitar o bem, donde saem grandes almas, que a história registra
como santos.
Quando uma região da Terra
escurece em demasia, quando algum povo passa a se esquecer de Deus, olhando
somente para a Terra, o Senhor envia um dos Seus filhos maiores, para despertar
nas criaturas o que elas têm de sagrado no coração. Esse enviado, por vezes,
enfrenta muitas torturas para vencer a ignorância da maioria, sem estar
saldando carma como os demais. Vejamos o que Jesus falou, no Evangelho anotado
por João, no capítulo nove, versículo três: Respondeu
Jesus: Nem ele pecou, nem seus pais; mas foi para que se manifestassem nele as
obras de Deus.
Os recursos de Deus são
variados e ilimitados, para que possamos entender Seu poder e a Sua existência
como Pai amoroso e Santo, que se encontra sempre junto a nós. O homem vive em
sociedade, agredido em todas as suas faculdades, condicionado por todos os
meios, para despertar seus próprios valores internos. Às vezes, passa por isso
sem perceber no início, porque a verdade é gradativa em todas as frentes de
evolução espiritual e mesmo física. A solução dos problemas se encontra dentro
dele. Se está maduro e quer fugir da sociedade, o que pretende? Regredir não é
permitido; ele tem que avançar, queira ou não, e para tanto deve dar o primeiro
passo no esforço próprio. Não há outro caminho. E é neste esforçar-se e
avançar, que a mão de Deus chega à sua cabeça por variados meios internos e
diversas modalidades externas.
Estás cercado pelas leis que
não te deixam parar nem regredir. O que pensas se encontrar parado está
"fermentando", e se está "fermentando", não está parado e,
sim, se preparando para novamente caminhar com Jesus que, para nós, na Terra, é
o único que sabe perfeitamente o caminho da felicidade e como ensiná-lo para a
humanidade.
O livro dos Espíritos. Allan Kardec. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB, DF.
Filosofia espírita. Psicografada por João Nunes Maia/Miramez. Fonte viva, Belo Horizonte. 10 volumes.
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