MUNDO
ESPÍRITA OU DOS ESPÍRITOS
CAPÍTULO IX – INTERVENÇÃO DOS ESPÍRITOS NO MUNDO
CORPORAL
Afeição que os Espíritos por certas pessoas
485. É exclusivamente moral
a afeição que os Espíritos votam a certas pessoas?
“A
verdadeira afeição nada tem de carnal; mas, quando um Espírito se apega a uma
pessoa, nem sempre o faz só por afeição. À estima que essa pessoa lhe inspira
pode agregar-se das paixões humanas.”
A verdadeira afeição
A verdadeira afeição é
totalmente espiritual e cabe ao afeiçoado distinguir o modo pelo qual encontra
aqueles que lhe dedicam carinho. Ela se desprende de Espírito para Espírito,
tomando a forma de amor, para alimentar os sentimentos de maior expressão no
centro da alma.
Os apegos nascem de muitas fontes, dentre as quais muitas são perigosas ao coração. Existem afeições que têm suas marcas em paixões humanas de outras épocas, que ainda permanecem vivas, tomando o afeiçoado e enchendo-o de prazeres, quando esse se afiniza com as vibrações que os sentimentos imprimem. Existe também o carinho interesseiro, que sempre acaba, quando passa o interesse. Ele é transitório, como muitos outros que se pode deduzir.
As reminiscências das
paixões humanas podem inspirar sintonia com a violência e podem causar
distúrbios entre as pessoas, sendo quase sempre prejudiciais a outros do mesmo
caminho.
Deves palmilhar a vida com
alinho em tudo o que fazes e pensas, pelo menos te esforçares para tal
desempenho, porque é trabalhando nesse sentido de aperfeiçoamento que
alcançamos a liberdade espiritual. Convém a todos nós, encarnados e
desencarnados, não deixarmos de nos esforçar todos os dias como bons
combatentes e nunca abandonar nosso posto de vigilância e de oração. Todos os
que se encontram nos planos resplandecentes da espiritualidade passaram por
onde estamos e sabem nos tolerar, bem como ajudar-nos na longa e porfiada
tarefa de melhorar.
Diz “O Livro dos Espíritos”
que a verdadeira afeição nada tem de carnal, sendo ela amor puro que vibra na
pureza do coração. Para atingir essa perfeição de sentimentos, porém, devemos
passar antes por caminhos inúmeros que não há necessidade de enumerar. O
Espírito, tornamos a dizer, é perfeito, por ter saído da Vontade Perfeita,
todavia, todas as qualidades angelicais dormem na sua intimidade, esperando as
mãos do tempo, em obediência a determinado espaço, para despertá-las. O Anjo é
um Espírito despertado, por já ter trilhado os longos caminhos, que podemos
chamar de calvários, edificando a própria vida, em se ajustando à vida de Deus.
Pelo que se nota, a evolução
parte de muitos pontos dos sentimentos, mas converge para somente um: o amor
que a tudo reúne como expressão de Deus. Não percas a oportunidade que te está
sendo dada, de anunciares o que estás conhecendo, e viveres o que já sabes do
Evangelho. Estamos todos a caminho da felicidade, e uma parte dela é conquistada
pelos nossos esforços, juntamente com os que nos cercam, e a maior parte pertencendo
a Deus. Jesus é o nosso guia, que nos mostra tudo para que possamos mover-nos
na autoeducação espiritual, livrando-nos das paixões humanas e assegurando-nos
as afeições espirituais que enriquecem o coração em Cristo e tranquilizam a
consciência em Deus.
Quem já experimentou a
amizade sincera sabe o quanto vale um amigo. Quem já experimentou a afeição
pura sabe o quanto vale o amor.
A família foi-nos dada para
enriquecer nossas afeições, despertar o amor por aqueles que convivem conosco,
sem esquecer a humanidade. Jesus dizia que deveríamos amar ao próximo como a
nós mesmos, e o próximo não é somente o que está junto a nós. Haveremos de
entender que ninguém se encontra longe um do outro; todos estamos juntos, na
grandeza de Deus. Se Deus é amor, Ele é, também, afeição.
Fonte:
O livro dos Espíritos. Allan
Kardec. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB, DF.
Filosofia espírita. Psicografada por João Nunes Maia/Miramez. Fonte viva, Belo Horizonte. 10 volumes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário