O livro dos espíritos. Questão 486

MUNDO ESPÍRITA OU DOS ESPÍRITOS

CAPÍTULO IX – INTERVENÇÃO DOS ESPÍRITOS NO MUNDO CORPORAL

Afeição que os Espíritos por certas pessoas

486. Interessam-se os Espíritos pelas nossas desgraças e pela nossa prosperidade? Afligem-se os que nos querem bem com os males que padecemos durante a vida?

“Os bons Espíritos fazem todo o bem que lhes é possível e se sentem ditosos com as vossas alegrias. Afligem-se com os vossos males, quando os não suportais com resignação, porque nenhum benefício então tirais deles, assemelhando-vos, em tais casos, ao doente que rejeita a beberagem amarga que o há de curar.”

Afeição dos bons espíritos

Os bons Espíritos, que sempre nos acompanham, fazem tudo para a nossa paz interior.

Certamente que eles se afligem com a nossa impaciência ante a dor e os problemas, pelos quais passamos reclamando. Somente os Espíritos puros têm a tranquilidade imperturbável da consciência. Eles compreendem que os encarnados carregam consigo fraquezas capazes de os envolverem nas sombras que sempre os espreitam, mas, que uma queda pode ser prenúncio de vitória no porvir.

Estamos rodeados de testemunhas espirituais que nos assistem, e atraímos outras tantas pela sintonia dos nossos sentimentos. O Espírito envolvido na carne recebe do próprio ambiente impulsos de magnetismo inferior a todos os momentos. É preciso orar e vigiar permanentemente. Essas forças aparecem aos homens como barreira para cercear suas forças para o bem.

Devemos lutar, não contra o mal, que não merece atenção nem desperdício de tempo, mas, lutar na sequencia do bem comum, aprimorando, com as qualidades espirituais, a. árvore do amor que se encontra em nosso coração. Busquemos sempre o melhor, e nessa procura, Jesus aparece com as Suas mãos que nos encorajam a batalhar com nós mesmos, aliviando ou fazendo desaparecer as nossas tensões, no que se refere à nossa consciência.

Os bons Espíritos têm suas lutas no chão do planeta e ainda procuram inspirar os homens para torná-los bons também. Os Espíritos puros inspiram os bons, mesmo desencarnados, e eles, fortalecidos ajudam os encarnados. Sabemos que os homens fazem o bem e o mal, entretanto, a Doutrina dos Espíritos, como sendo a volta de Jesus, vem nos ajudar a compreender a necessidade de diminuir o mal, investindo no bem cada vez mais, para que ele domine os nossos sentimentos na sua amplitude. Se queres paz, trabalha pela paz alheia; se queres amor, não te esqueças de amar, porque, se é dando que recebemos, a inteligência nos pede para doar o quanto pudermos.

Certos Espíritos sofrem com os nossos sofrimentos, e ficam mesmo magoados quando não suportamos o peso da cruz que prometemos carregar. Não obstante, eles prosseguem nas suas inspirações, porque recebem de outras fontes de luz, novas esperanças. São bons Espíritos, e essa bondade é sempre ativa no que se refere à paz dos seus tutelados.

Se já és espírita, não deixes somente para os Espíritos as tuas cargas. Procura andar com os próprios pés. Se os bons Espíritos trabalham para reunir fluidos no sentido de curar ou aliviar as tuas enfermidades, porque não fazeres o mesmo com teus próprios recursos? Hoje, felizmente, existem muitas orientações acerca do equilíbrio orgânico e psíquico. Procura aprender com o teu próprio esforço, pois serás abençoado e, certamente, ajudado por mãos invisíveis e com bastante alegria. Podes te confortar muito, no beber a água, no comer e no respirar, basta que a tua mente fique vibrando na dimensão daquilo que queres e que não deixes faltar a fé. Um doente que não deseja curar-se, dificilmente se cura. Um copo de água pura, com fé, nos parece o melhor e mais acessível remédio.

Fonte:

O livro dos Espíritos. Allan Kardec. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB, DF.

Filosofia espírita. Psicografada por João Nunes Maia/Miramez. Fonte viva, Belo Horizonte. 10 volumes. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário