MUNDO
ESPÍRITA OU DOS ESPÍRITOS
CAPÍTULO IX – INTERVENÇÃO DOS ESPÍRITOS NO MUNDO
CORPORAL
Afeição que os Espíritos por certas pessoas
487. Dentre os nossos males,
de que natureza são os de que mais se afligem os Espíritos por nossa causa?
Serão os males físicos ou os morais?
“O
vosso egoísmo e a dureza dos vossos corações. Daí decorre tudo o mais. Riem-se
de todos esses males imaginários que nascem do orgulho e da ambição. Rejubilam
com os que redundam na abreviação do tempo das vossas provas.”
A.K.:
Sabendo
ser transitória a vida corporal e que as tribulações que lhe são inerentes
constituem meios de alcançarmos melhor estado, os Espíritos mais se afligem
pelos nossos males devidos a causas de ordem moral, do que pelos nossos
sofrimentos físicos, todos passageiros.
Pouco se incomodam com as desgraças que apenas atingem as nossas ideias mundanas, tal qual fazemos com as mágoas pueris das crianças.
Vendo nas amarguras da vida
um meio de nos adiantarmos, os Espíritos as consideram como a crise ocasional
de que resultará a salvação do doente. Compadecem-se dos nossos sofrimentos,
como nos compadecemos dos de um amigo. Porém, enxergando as coisas de um ponto
de vista mais justo, os apreciam de um modo diverso do nosso. Então, ao passo
que os bons nos levantam o ânimo no interesse do nosso futuro, os outros nos impelem
ao desespero, objetivando comprometer-nos.
Nossos males
Todos os nossos males, sejam
de ordem moral ou física, são forças que têm o poder de nos acordar para as
realidades da vida, destinando-nos, com isso, à maturidade da alma.
Convidam-nos, todos os tipos de infortúnios, a pensar melhor sobre o nosso
destino, que deve ser amoldado pelas nossas disposições, onde a vontade deve
assegurar o barco das decisões tomadas.
Os Espíritos que se
preocupam com os nossos males morais ou físicos ainda não alcançaram a
tranquilidade de consciência, aquela que os Espíritos puros já conquistaram, a
consciência imperturbável. Eles conhecem os caminhos de todos, por já terem
passado por eles para chegarem aonde conseguiram. Nenhum deles, ao ser criado,
já possuía todas as suas qualidades espirituais despertadas. Se assim fosse,
não precisariam ser criados; já ficariam integrados ao Pai.
O porquê Deus criou Seus
filhos desta forma, de modo a passarem por todas as provas, acertando e
errando, errando e acertando, cabe a Ele dizer, e não a nós julgar, por ser o
Senhor todo poderoso e todo amor. O Espírito amigo que te acompanha, tomado de
aflições pelos teus erros, faz muito mais pela tua fragilidade, pois sabe que
toda falta é passageira e que o destino de todos é a felicidade. A lei do amor
não permite que fiquemos eternamente em caminhos que não sejam o do Bem.
Sabemos que muitos se preocupam com seus tutelados, porém, esses estão à
procura da serenidade, e é nesse exercício e no trabalho que, certamente,
encontrarão o que todos procuramos: aquela paz que somente o amor e a caridade
ofertam. Se os encarnados precisam dos desencarnados, estes precisam deles,
pois, não podemos viver separados da grande corrente de vida, onde circula a
energia divina que nos sustenta todos.
A confluência da luz de Deus
nos atinge na proporção que merecemos. Ninguém fica às margens de Suas bênçãos.
A Sua justiça é agente de amor que não esquece qualquer pessoa, desde a menor
partícula de vida, até os mais apurados Espíritos angélicos. Os Espíritos puros
nos amam, dando-nos todas as oportunidades de melhorarmos pelos nossos próprios
esforços. Imaginemos Jesus sendo agredido pelas nossas desarmonias, ficando
alterado pela situação em que a Terra se encontra... Ele sabe dos seus caminhos
para a devida ascensão espiritual, assim como era consciente dos caminhos que
Ele haveria de percorrer quando nos visitou, surgindo no planeta frente a
frente com a humanidade.
Deves ficar de pé em todas
as situações, esforçando-te todos os dias para melhorares, pois os Céus estão a
postos na ajuda, pelos canais dos esforços de cada um. Se és criança diante dos
que te estão dirigindo espiritualmente, estes são crianças diante de outros
Espíritos que os orientam. Todos nós estamos na escola de Deus, e é por isso
que não podemos julgar a quem quer que seja. Nem Jesus quis fazê-lo, ante a
mulher adúltera.
Fonte:
O livro dos Espíritos. Allan
Kardec. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB, DF.
Filosofia espírita. Psicografada por João Nunes Maia/Miramez. Fonte viva, Belo Horizonte. 10 volumes.
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