Felizes os que têm Deus

Entre esse mundo de apodrecimento

E a vida de alma livre, de alma pura,

Ainda se encontra a imensidade escura

Das fronteiras de cinza e esquecimento.

Só o pensador que sofre e anda à procura

Da verdade e da luz no sentimento,

Pode guardar esse deslumbramento

Da Fé – fonte de mística ventura.

Feliz o que tem Deus nessa batalha

Da miséria terrena, que estraçalha

Todo o anseio de amor ou de bonança!...

Venturoso o que vai por entre as dores

Atravessando o oceano de amargores,

No bergantim sagrado da Esperança.

Cruz e Souza


Fonte: XAVIER, Francisco C. Parnaso de além-túmulo. Autores diversos. 19. ed. 2. reimp. Rio de Janeiro: FEB, 2010. p. 371.

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário