Pode parecer estranho para
alguns o título acima; todavia, muitas confusões acontecem quanto ao correto
termo a ser usado: afinal, temos muitas vidas ou muitas existências? Alguns
dirão que tanto um quanto outro quer dizer a mesma coisa, e que tal distinção
em nada acrescenta. Vejamos.
Conforme a Parte Segunda,
capítulo IV, de O Livro dos Espíritos,
está ali expresso o título “Da pluralidade das existências”. Na questão 166,
pergunta Kardec aos Espíritos Superiores:
“Como pode a alma, que não alcançou
a perfeição durante a vida corpórea, acabar de depurar-se?” Respondem estes que
“sofrendo a prova de uma nova existência”.
Pergunta mais adiante: “A
alma passa então por muitas existências corporais?”, para a qual respondem que
“sim, todos contamos muitas existências [...]”.
Já na questão 168, indaga
Kardec:
“É limitado o número das
existências corporais, ou o Espírito reencarna perpetuamente?” É dito como
resposta que “a cada nova existência, o Espírito dá um passo para diante na
senda do progresso. Desde que se ache limpo de todas as impurezas, não tem mais
necessidade das provas da vida corporal”.
Mais adiante, no capítulo VI, dentro do título “Da vida espírita”, temos o subtítulo “Recordação da existência corpórea”, no qual se desenrolam mais questionamentos, sempre se referindo às várias existências, seja na Terra, seja em outros mundos.
Tais ilustrações servem para
demonstrar que, em realidade, vida temos tão-somente uma, e que cada nova
passagem pelo Planeta é, sim, uma nova existência. A vida pertence ao Espírito
imortal, iniciada quando é este criado simples e ignorante. Seria como
compararmos o corpo com as roupas: o corpo permanece o mesmo, porém as roupas
não. A cada dia, outras roupas são usadas, de acordo com as nossas necessidades.
Assim, quando formos
novamente questionados, diremos que vida temos uma só, criada para a
eternidade, e que existências temos muitas, eis que isso está diretamente
ligado ao aproveitamento das oportunidades que nos são possibilitadas pela
Misericórdia Divina.
Fonte: Reformador, ano 124,
nº 2.128, julho 2006, por Rui Augusto B. Guerreiro.
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