AS
LEIS MORAIS
CAPÍTULO X – LEI DE LIBERDADE
Fatalidade
861. Ao escolher a sua
existência, o Espírito daquele que comete um assassínio sabia que viria a ser
assassino?
“Não.
Escolhendo uma vida de lutas, sabe que terá ensejo de matar um de seus semelhantes,
mas não sabe se o fará, visto que ao crime precederá quase sempre, de sua
parte, a deliberação de praticá-lo. Ora, aquele que delibera sobre uma coisa é
sempre livre de fazê-la, ou não. Se soubesse previamente que, como homem, teria
que cometer um crime, o Espírito estaria a isso predestinado. Ficai, porém,
sabendo que a ninguém há predestinado ao crime e que todo crime, como qualquer
outro ato, resulta sempre da vontade e do livre-arbítrio.
“Demais, sempre confundis duas coisas muito distintas: os sucessos materiais e os atos da vida moral. A fatalidade, que por algumas vezes há, só existe com relação àqueles sucessos materiais, cuja causa reside fora de vós e que independem da vossa vontade. Quanto aos da vida moral esses emanam sempre do próprio homem que, por conseguinte, tem sempre a liberdade de escolher. No tocante, pois, a esses atos, nunca há fatalidade.”
Escolhendo
Em escolhendo o Espírito a
sua nova existência na Terra, certamente que ele não saberia que viria a ser um
assassino, pois não escolheria esse tipo de falta, que viria a comprometer sua
vida com mais peso sobre seus ombros. Somente Deus é presciente do que virá a
acontecer com todos os Seus filhos.
A deliberação é dos
Espíritos; eles têm livre escolha nos seus momentos de decisões, mas Deus sabe
sempre antecipadamente o que ele irá escolher. Os Espíritos angélicos, fazendo
um retrospecto nas suas vidas pregressas, recordam todos os fatos, que não são
melhores do que os daqueles que estão praticando desatinos envolvidos na carne.
Basta dizer que todos somos iguais e que os processos de despertamento
espiritual são para todas as criaturas, sem exceção.
Compete a todos os seres
estudar as leis de Deus, analisar todas elas em todos os sentidos, verificar
todas as filosofias e religiões, passando assim a sentir a verdade por todos os
seus ângulos. Deus não é criador somente de um punhado de almas mas, de tudo
que existe. Um pai que somente ama determinados filhos, esquecendo-se dos
outros, não pode ser chamado de pai, pois esquece o verdadeiro amor. Nós, ao
retornarmos à carne, temos a liberdade de escolher certos acontecimentos,
buscando limpar nosso carma. Ao nos expressarmos na carne, certamente que
esquecemos os acontecimentos, para nos sentirmos mais encorajados nas lutas,
bem como termos o poder de modificarmos alguma coisa, dependendo dos nossos
esforços no sentido de desenvolvermos as qualidades enobrecidas.
O assassino ou o suicida o
são por deliberação própria, influenciado pelo estado em que se encontra não
por escolha antes de reencarnar, por serem fatos que complicam a sua vida, ante
as vidas que haverá de ter. Deus assim permite por respeitar, de certo modo, o
nosso livre arbítrio. São sementes que plantamos na consciência e que haveremos
de colher, mais cedo ou mais tarde.
A nossa escolha, quando
podemos fazê-la, é para uma vida de lutas, por vezes dolorosas, mas os detalhes
surgirão pela nossa vontade; podem ou não acontecer, no entanto, quanto ao
Espírito mais primitivo, sabe-se mais ou menos o que ele deverá fazer, pelo seu
estado evolutivo inferior. Não podemos dizer que isso é determinismo, porque a
vontade pode modificar muitos fatos de modo a mudar as rotas da alma nos
caminhos do mundo.
Conforme o Espírito, sabe
ele que terá oportunidade de matar um ou alguns dos seus irmãos, mas não sabe
se isso acontecerá. Em frações de segundo pode haver a determinação, que surge
de variados condicionamentos do presente e do passado. São sutis esses
acontecimentos espirituais e as leis que nos assistem. Somente Deus, tornamos a
falar, não ignora esses fatos e sabe transformá-los no bem para os caminhos do
Espírito imortal.
É preciso que os homens
saibam que os acontecimentos somados, sejam eles quais forem na vida das almas,
são qual um grão de areia em se comparando com o universo.
Não deves impressionar-te
com esses fatos, mas nunca deixes de trabalhar para o aprimoramento espiritual
em todos os sentidos. Cada trabalho, cada modificação que fizeres dentro de ti
para o bem, é uma luz que acendes na tua vida. Esse esforço todos os dias, se
tornará um sol e, pelo exemplo, converterás muitas criaturas para os caminhos
retos.
E converterá muitos dos
filhos de Israel ao Senhor seu Deus. (Lucas, 1:16).
O que podes chamar de
fatalidade é sobre a vida material com seus sucessos. Podes verificar nos
próprios acontecimentos, que muitos deles não precisam esforço quase nenhum
para que o homem alcance êxito, no entanto, a fatalidade não existe em se
referindo à vida moral. Aí, depende de maturidade da alma, cuja luz verte do
tempo e do espaço, onde a vontade faz correções inúmeras todos os dias, para
que possa encontrar o alvo desejado, onde se respira o amor e a caridade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário