ESPERANÇAS
E CONSOLAÇÕES
CAPÍTULO
I – PENAS E GOZOS TERRESTRES
Felicidade
e infelicidade relativas
922. A felicidade terrestre
é relativa à posição de cada um. O que basta para a felicidade de um, constitui
a desgraça de outro. Haverá, contudo, alguma soma de felicidade comum a todos
os homens?
“Com
relação à vida material, é a posse do necessário. Com relação à vida moral, a
consciência tranquila e a fé no futuro.”
Felicidade relativa
Algo de felicidade na Terra
existe, como marca da sua existência nos mundos venturosos, todavia, ela tem
uma escala que deve ser obedecida nos caminhos humanos. Cada criatura a vê por
um prisma e a sente na diversidade que a evolução ou despertamento lhe mostra.
A felicidade, com relação à vida material, são os bens terrenos, onde não falta o necessário. Em se falando da vida moral, é a tranquilidade da consciência, aquela que não se perturba com os acontecimentos transitórios do mundo exterior.
Se queres sentir a
existência da felicidade, deves cultivar a fé, que sempre tem sua base na
oração, onde não podem faltar a sinceridade, a honestidade e a caridade.
A humanidade caminha para um
desfecho, de modo a surgir sempre o melhor. Deus, pela presença do Cristo na
Terra, sabe fazer o aproveitamento de todos os acontecimentos. A própria
história nos dá exemplo disso no passado. Tudo forjado pelos homens passa a ser
lições para os mesmos, sem que haja perda para ninguém. País algum destrói seu
irmão.
A lei de amor nos fala pelos
fatos, que colhemos tudo o que plantamos, na sequencia da lei de justiça. Não
existem países subdesenvolvidos que são massacrados pelos outros de maior
capacidade bélica e financeira? Cada um recebe igualmente o que merece na pauta
da vida. Tudo redunda em lições que lhes compete receber, e cada um no mundo
tem a sua glória com que deve ser coroado.
Não há perdas; há sempre
ganho, por ter Deus onisciência do que fez e do que deverá acontecer. Não há
passado, nem presente, nem futuro: o Senhor se encontra no eterno presente.
Compete a todos nós estudarmos, trabalharmos e aprendermos, porque a nossa vida
é a vida de Deus, irradiando-se em todas as direções.
As nossas vidas se encontram
amalgamadas na vida do Todo-Poderoso. Não há condições, por enquanto, de
expulsar as trevas da Terra, por existir ainda trevas dentro de cada alma.
Neste sentido, podes estudar o que anotou Marcos:
Então, convocando-os Jesus,
lhes disse, por meio de parábolas:
Como pode Satanás expelir a
Satanás? (Marcos, 3:23)
Se o homem está cheio de
trevas, como pode expulsar as trevas do mundo? Primeiramente é preciso limpar o
interior para que o exterior se limpe sob as bênçãos do Senhor, Deus
Todo-Poderoso. Se falamos de paz, mas não a temos, se falamos de caridade e não
a praticamos, se falamos de amor e não vivemos o amor, como pode aparecer entre
os homens a paz universal, a tranquilidade de consciência?
A Doutrina dos Espíritos, na
feição grandiosa de Jesus na Terra e da Sua volta majestosa, vem ajudando os
homens a falar e a viver, a viver e a sentir, a sentir e a ser, a fundir-se
como ovelha do rebanho do Pastor Incomparável, ouvir a Sua voz e acompanhá-Lo
nos Seus caminhos, buscando a verdade e a vida.
O mundo e a humanidade podem
adquirir, em breves tempos, todo o conforto material, de modo a nada lhe faltar
em relação à vida física. Mas, ainda falta algo mais importante para sentir: a
felicidade, que é a tranquilidade imperturbável da consciência. é o cumprimento
da lei de amor, que somente nos dará o ambiente do céu, quando passarmos a
viver Deus na nossa intimidade do coração.
A felicidade cresce em cada
criatura, com o seu crescimento cristão e na sua pureza original. Compete a
cada um esforçar-se para arrancar o joio no momento exato, e adubar o trigo na
hora certa. Aí começam a surgir, na lavoura da alma, novas esperanças quanto às
promessas de Jesus, das grandes bem-aventuranças, aparecendo nos céus da alma o
céu de Deus.
Fonte:
O livro dos
Espíritos. Allan Kardec. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB, DF.
Filosofia espírita. Psicografada por João Nunes Maia/Miramez. Fonte viva, Belo Horizonte. 10 volumes.
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