AS
LEIS MORAIS
CAPÍTULO XII – PERFEIÇÃO MORAL
As virtudes e os vícios
905. Alguns autores hão
publicado belíssimas obras de grande moral, que auxiliam o progresso da Humanidade,
das quais, porém, nenhum proveito tiraram eles. Ser-lhes-á levado em conta,
como Espíritos, o bem a que suas obras hajam dado lugar?
“A
moral sem as ações é o mesmo que a semente sem o trabalho. De que vos serve a semente,
se não a fazeis dar frutos que vos alimentem? Grave é a culpa desses homens,
porque dispunham de inteligência para compreender. Não praticando as máximas
que ofereciam aos outros, renunciaram a colher-lhes os frutos.”
Moral sem ações
O homem que escreve tem
grandes responsabilidades com o que fala aos outros, principalmente se não
passar a viver o que escreve. A vivência é o selo que mostra o maior
entendimento do que escreve e fala.
O escritor, de certa maneira, é um pastor de ovelhas, capaz de educá-las e instruí-las sobre as leis da vida. A moral sem as ações não dá segurança a quem ouve ou lê. Como ensinar o bom caminho, se trilhamos pelo caminho do mal? As ovelhas certamente nos acompanham, não pela voz somente, mas pelo trilho por que passamos. Grave é a culpa desses homens que dirigem as ovelhas para caminhos que não escolheram para si. Entretanto, o tempo irá lhes ensinar em outras vidas, o que devem fazer.
A semente que lançamos ao
solo deve dar frutos, e o exemplo de vida corresponde à boa semente que
lançamos ao solo das mentes que nos ouvem e nos seguem. Somente o tempo, as
provas e expiações são professores altamente capacitados para nos mostrar como
educar, aprendendo melhor.
O Espiritismo com Jesus
Cristo é uma universidade benfeitora, capaz de consolar e instruir, educando
todos os povos na sequencia de vidas múltiplas, as quais chamamos de
reencarnações. É no vestir vários corpos, tantos quanto forem necessários, que
as almas despertarão todas as qualidades divinas de que o coração é depositário
e a consciência vigilante.
Devemos ensinar vivendo a
lição, para que ela se fixe mais no centro das vidas que nos acompanham. A vida
tem regras, que as leis de Deus expressam, mostrando a todas as criaturas que
são lições de Deus para a paz e o conforto de todos os Espíritos.
Muitos autores publicaram
livros e mais livros de alta moral evangélica, mas se esqueceram da vivência
desses preceitos. Eles irão, ou melhor, já estão, sofrendo as consequências,
para depois aprenderem na forja da dor que a teoria sem a prática desmerece a
caridade e pressiona a consciência. Dentro da alma existe um tribunal
organizado por Deus, para julgar todos os nossos atos. Moral sem ação é
enfermidade sem tratamento.
A Doutrina dos Espíritos é
Jesus a nos falar, e devemos dar ouvidos a essa volta do Mestre, porque não
ouvindo ao Senhor, notadamente não ouviremos a Deus. Escutemos as palavras do
Mestre, registradas por Lucas, no capítulo dez, versículo dezesseis, onde
podemos compreender como ensinar aos outros:
Quem vos der ouvidos,
ouve-me a mim; e, quem vos rejeitar, a mim me rejeita; quem porém, me rejeitar,
rejeita àquele que me enviou.
Estamos na hora de aproveitar
o chamado do Senhor, compreendendo a vida e manifestando amor em tudo, para que
Deus veja o nosso amor maior para com Ele. Podemos rejeitar a Deus e a Cristo,
mas Eles não nos desprezam, dando-nos oportunidades de compreendê-los pela dor
e pelos infortúnios.
O homem moralizado é
igualmente o homem instruído, que serve de luz, iluminando os caminhos dos
outros, ou despertando os companheiros que dormem. Estaremos prontos com Jesus,
para ajudarmos o progresso da humanidade, usando todos os meios lícitos para
tal desempenho. O código de moralização universal tem o emblema de Jesus,
porque somente com Ele podemos nos tornar livres da ignorância, conquistando a
nós mesmos e abrindo caminhos para a luz de Deus no coração.
Fonte:
O livro dos
Espíritos. Allan Kardec. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB, DF.
Filosofia espírita. Psicografada por João Nunes Maia/Miramez. Fonte viva, Belo Horizonte. 10 volumes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário