AS
LEIS MORAIS
CAPÍTULO X – LEI DE LIBERDADE
Fatalidade
866. Então, a faculdade que
favorece presidir aos destinos materiais de nossa vida também é resultante do
nosso livre-arbítrio?
“Tu
mesmo escolheste a tua prova. Quanto mais rude ela for e melhor a suportares,
tanto mais te elevarás. Os que passam a vida na abundância e na ventura humana
são Espíritos pusilânimes, que permanecem estacionários. Assim, o número dos
desafortunados é muito superior ao dos felizes deste mundo, atento que os
Espíritos, na sua maioria, procuram as provas que lhes sejam mais proveitosas.
Eles veem perfeitamente bem a futilidade das vossas grandezas e gozos. Acresce
que a mais ditosa existência é sempre agitada, sempre perturbada, quando mais
não seja, pela ausência da dor.” (525 e seguintes)
Provas escolhidas
Nós escolhemos as nossas provas, no entanto, até nas nossas escolhas aparece a intuição divina nos ajudando, quando temos capacidade para tal empreendimento. Se o Espírito usa seu pensamento para comunicar, certamente que ele também recebe comunicação dos maiores da espiritualidade através desse sistema de conversa.
Deus á a Suprema
Inteligência que comanda a tudo. A Sua magnânima vontade está em tudo, de
maneira ainda desconhecida pelos seres humanos, não obstante, a suavidade das
Suas leis, deixa que entendamos, sintamos e usemos o livre arbítrio, para que
possamos encontrar na nossa escolha a esperança e a paz, na nossa parte de
ação, na conquista dos nossos valores.
Jesus dizia: "Eu só
faço a vontade do Pai que está nos Céus". Se Jesus dizia isso, nós outros,
o que vamos dizer? Quem copia a Jesus nunca erra o roteiro. Podemos notar que
os grandes personagens da Terra escolhem sempre provas rudes, por saberem que,
quanto mais sofrimento em seus caminhos, mais luz nos seus ideais. Mesmo que
eles possam retirar os espinhos das suas estradas, não aceitam, por serem eles
energia divina que despertam mais seus valores internos. O próprio Mestre deu
provas disso. Quando o apóstolo Pedro desejou que Jesus recusasse a cruz,
disse-lhe o Mestre: "Retira-te de mim, Satanás", e o apóstolo
compreendeu logo que a cruz seria uma ação maior para a humanidade.
Cada criatura deve pegar a
sua cruz e seguir o Mestre, com a mesma serenidade que o Divino Amigo se portou
diante de tantos sofrimentos. A justiça, como lei de Deus, não permite que as
provações que não sejam as nossas venham aos nossos caminhos, nem que os espinhos
de outrem sangrem os nossos pés. O que é nosso não erra o nosso endereço. Os
que passam pela vida com fartura e nos desregramentos materiais, em viagens sem
conta, sem um objetivo espiritual, somente para se regalar e aumentar seu
orgulho, egoísmo e vaidade, está aumentando o peso de seu fardo e atrasando
cada vez mais a sua libertação, por cerrar seus próprios olhos à verdade.
Sofrer é bom para a sua evolução, porém, sem revolta, com paciência e amor em
todos os passos de sua vida, retirando de cada espinho uma lição de amor e de
fraternidade.
Os encarnados que se
comprazem na sombra do comodismo improdutivo, são almas pusilânimes, incapazes
de sentir a luz espiritual que existe na intimidade da consciência. Os sábios
do mundo tentam todos os meios para retirarem da humanidade a dor e todos os
tipos de sofrimentos que oprimem a humanidade mas, até hoje, não descobriram o
elixir que tanto procuram, que coloca em plenitude de saúde e de paz as
criaturas, por desconhecerem esses sábios que, em primeiro lugar, deveriam
ensinar os homens a se comportarem moralmente, educar a mente e fazer
compreender a sabedoria de Deus, a chamá-los por todos os meios.
Sabemos que Jesus é a porta
da vida para nós outros encarnados e desencarnados mas, para encontrá-la, somente
a dor nos indica, somente os infortúnios nos capacitam para tal empreendimento
divino, somente o esforço próprio nos desperta para compreender a excelência do
comportamento dos grandes personagens da história. Vamos escutar João, no
capítulo dez, versículo nove, quando assim registrou o que ouviu de Jesus:
Eu sou a porta. Se alguém
entrar por mim, será salvo; entrará e sairá e achará pastagem.
E para atravessar essa porta
e sair leve e feliz, achando alimento de todos os tipos para o enriquecimento
da alma, é necessário percorrer os caminhos por Ele traçados. A dor implode no
coração quando aceita todas as forças da Divindade, desmanchando a desarmonia e
iluminando a consciência, de modo que o coração se expresse como um holofote de
Deus sustentando a felicidade.
Se estás em provas,
convence-te de que elas são breves. Vale a pena ter paciência, extraindo delas
o que Deus quer te dizer, porque somente é eterna a tua paz de consciência,
quando limpa das ilusões.
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