ESPERANÇAS
E CONSOLAÇÕES
CAPÍTULO
I – PENAS E GOZOS TERRESTRES
Felicidade
e infelicidade relativas
924. Há males que independem
da maneira de proceder do homem e que atingem mesmo os mais justos. Nenhum meio
terá ele de os evitar?
“Deve
resignar-se e sofrê-los sem murmurar, se quer progredir. Sempre, porém, lhe é
dado haurir consolação na própria consciência, que lhe proporciona a esperança
de melhor futuro, se fizer o que é preciso para obtê-lo.”
Evitar o mal
Esforçar-se para evitar o
mal deve ser o trabalho do homem de bem. Contudo, há males que se encontram de
tal maneira radicados como carma, a gritar dentro de nós e, neste caso, o mais
acertado é orarmos, trabalhando honestamente e esperarmos, sem cruzar os
braços, que o Cristo passe a operar em nós, ajudando-nos a carregar a nossa
cruz.
Em lições anteriores, muito já falamos sobre o chamado mal, e aqui e ali são colocadas gotas de entendimento do que ouvimos do Mais Alto para que possamos compreender melhor e apaziguar a consciência. O nosso dever, diante de situações cujo recurso se encontra no tempo, é resignar-se sem revolta, porque as raízes de muitos males estão no passado que pulsa dentro da consciência, como sendo o tribunal de Deus instalado para nos ajudar na tranquilidade imperturbável que já conquistaram os Espíritos puros.
Jesus nos pediu para orar e
vigiar, no entanto, muito frequentemente somente oramos, esquecendo a nossa
parte, que é a de vigiar os nossos impulsos, por vezes inferiores. Muitos males
podemos evitar dessa maneira, pois certas arestas são cortadas pela simples vigilância.
Se sofremos mais, não é pelo passado: é por falta de discernimento no presente
mesmo.
Se queremos progredir,
cuidemos de nós mesmos sem que o egoísmo nos faça escravos e sem que o orgulho
nos desoriente. As duras provações que se passam na Terra foram escolhidas
pelos que provam esses testemunhos, não somente por saldar dívidas, mas como
processos de despertamento espiritual.
A Doutrina dos Espíritos é
completa nos seus conceitos de educação das almas e, ainda mais, completa no
que se refere à instrução de todas as criaturas. A nós, é dada essa
oportunidade no fechamento deste ciclo por que passa a humanidade. Ao espírita
foi dado mais, e muito será pedido.
Deves e podes evitar muitos
males, pela compreensão que o Espiritismo te tem dado por misericórdia de
Jesus, que é a maior força que a Doutrina absorve para alimentar os homens,
todos nós, em todas as faixas de vida, que viajamos neste planeta como nossa
casa, à qual podemos chamar morada celestial, escola universal que nos ampara e
consola, que nos educa e instrui. A Terra é, pois, um lar maior.
O Espírito de bem, encarnado
ou desencarnado, quando sofre determinadas agressões dos inimigos, e que não
existe saída para livrar-se no momento, tem como dever buscar consolação na
consciência, onde Deus está com maior presença. Avancemos para o coração, onde
Jesus se encontra com os braços abertos, nos desejando paz e trabalho. Não
ficaremos nunca na inércia, por não terem solução, presentemente, os nossos
problemas. Sejamos confiantes, porque a fé remove montanhas de preocupações e a
oração com a vigilância fazem prodígios em quaisquer situações em que nos
encontramos.
Evita-se o mal por muitos
processos, porque Deus não é pobre de recursos, nem Cristo se esquece do Seu
rebanho, como testemunhou entre os homens, dando a Sua própria vida na cruz,
para a paz de todas as criaturas dos dois mundos.
Todas essas situações
aflitivas que relatamos, podemos dizer que são enfermidades. Quer sejam físicas
ou espirituais são, de certo modo, doenças curáveis e a cura de todas elas deve
e vem por nossos próprios recursos pelo estímulo do Cristo em nós.
“Pois curava a muitos, de
modo que todos os que padeciam de qualquer enfermidade se arrojavam a ele para
o tocar”. (Marcos, 3:10)
O Mestre nos estimula para a
cura verdadeira e ainda o faz em favor de todos nós, no entanto, mesmo nas
curas operadas pelas divinas mãos, alguns dos que foram curados tornaram a
adoecer, por faltar a sua parte. A verdadeira e permanente cura parte de dentro
das próprias criaturas, mas, tornamos a afirmar, pelos canais de Jesus, nosso
Mestre e Pastor. Busquemos a Ele e nos preparemos para curar a nós mesmos,
limpando a consciência e estabilizando o coração na harmonia de Deus. Desta
forma, estamos evitando definitivamente todo o mal.
Fonte:
O livro dos
Espíritos. Allan Kardec. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB, DF.
Filosofia espírita. Psicografada por João Nunes Maia/Miramez. Fonte viva, Belo Horizonte. 10 volumes.
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