AS
LEIS MORAIS
CAPÍTULO XII – PERFEIÇÃO MORAL
O egoísmo
913. Dentre os vícios, qual
o que se pode considerar radical?
“Temo-lo
dito muitas vezes: o egoísmo. Daí deriva todo mal. Estudai todos os vícios e vereis
que no fundo de todos há egoísmo. Por mais que lhes deis combate, não chegareis
a extirpá-los, enquanto não atacardes o mal pela raiz, enquanto não lhe
houverdes destruído a causa. Tendam, pois, todos os esforços para esse efeito,
porquanto aí é que está a verdadeira chaga da sociedade. Quem quiser, desde
esta vida, ir aproximando-se da perfeição moral, deve expurgar o seu coração de
todo sentimento de egoísmo, visto ser o egoísmo incompatível com a justiça, o
amor e a caridade. Ele neutraliza todas as outras qualidades.”
O egoísmo
O egoísmo é verdadeiramente a chaga mais difícil de ser curada, no seio da sociedade humana. Ele gera todas as infenondades, incompatíveis com a justiça, o amor e a caridade. Encontra-se na profundeza das almas, inspirando-as para todos os tipos de mal que se possa imaginar. É capaz de mostrar o orgulho ativando muitos sentimentos que embrutecem o Espírito, pedindo somente para si, esquecendo-se de todos os outros.
Quem deseja crescer para a
espiritualidade superior, deve combater o orgulho e o egoísmo em todas as suas
rates, buscando arrancá-la na sua profundidade. Para isso, necessário se faz
usar a inteligência, esforçando-se com a razão para descobrir onde se encontra
radicado o egoísmo e trabalhar sem esmorecer para combatê-lo.
Do egoísmo derivam todos os
males da sociedade. Quando as nações do mundo compreenderem essa verdade e
passarem a fazer leis que se afastam do egoísmo, essas nações estarão doando o
melhor para os povos. Quando falamos nestes dois antagonistas da felicidade,
damos os meios de combatê-los mas, inspirados em Jesus, que para nós é a
exemplificação do amor e da renúncia. Desta forma, esses dois inimigos dos
povos não encontram lugar para viver.
Jesus renunciou à sua vida
plena de amor nos Céus, para estimular nos homens as virtudes. Abracemos, pois,
o desapego das coisas inferiores, renunciando a tudo que não nos ajude a subir.
Procurando por todos os meios ajudar, servindo-nos de exemplos de fé, na
conquista do amor, entreguemo-nos à fraternidade, que ela nos protegerá de
todos os males, em todos os caminhos.
Em Lucas, observamos o aviso
de Jesus para todos os males que o egoísmo e o orgulho geram, no capítulo
vinte, versículo quarenta e seis:
Guardai-vos dos escribas,
que gostam de andar, com estes talares, e muito apreciam as saudações nas
praças, as primeiras cadeiras nas sinagogas e os primeiros lugares nos
banquetes.
Daí é que nasce o egoísmo
com todas as suas ramificações para a vida no mal, que passa a matar as
sementes das virtudes que devem crescer no coração humano. Não devemos nos
esquecer da humildade em todos os momentos da vida e, em seguida, do amor, da
bondade e do saber. Guardemo-nos, igualmente, das lisonjas, que nos envaidecem.
No amanhã, aqueles que hoje nos elogiam, podem passar a apedrejar, a caluniar,
violentando a nossa mente, por não terem os valores que já possuímos. Eis o
ciúme do ignorante, processando-se no ambiente da ignorância.
O egoísmo, por mais que se
lhe dê combate, ainda deixa algo de si na sua estrutura de vida, que pode de
novo nascer. Somente o amor isola essa praga, esse inimigo terrível do coração.
Não nos esqueçamos de Jesus, que o Mestre nos ensina como livrar-nos deste
inimigo, transformando-o em amor e caridade.
Fonte:
O livro dos Espíritos.
Allan Kardec. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB, DF.
Filosofia espírita. Psicografada por João Nunes Maia/Miramez. Fonte viva, Belo Horizonte. 10 volumes.
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