AS
LEIS MORAIS
CAPÍTULO XI – LEI DE JUSTIÇA, DE AMOR E DE CARIDADE
Direito de propriedade. Roubo
882. Tem o homem o direito
de defender os bens que haja conseguido juntar pelo seu trabalho?
“Não
disse Deus: “Não roubarás?” E Jesus não disse: “Dai a César o que é de César?”
A.K.:
O
que, por meio do trabalho honesto, o homem junta constitui legítima propriedade
sua, que ele tem o direito de defender, porque a propriedade que resulta do
trabalho é um direito natural, tão sagrado quando o de trabalhar e de viver.
Defesa dos bens
O homem tem o direito de
defender os bens que possui, desde quando eles tragam a marca da honestidade.
Mas, existem muitos meios lícitos de defesa, pelos quais podemos assegurar os
bens terrenos para nós e para os nossos, sem que a usura se intrometa,
desestruturando a nossa vida.
A melhor defesa dos bens terrenos é a honestidade, ou seja, se não lesarmos a ninguém, estaremos construindo defesa segura em todos os lados dos bens materiais. Não nos esqueçamos, igualmente, de ajudar aos que precisam do pão, da veste e do teto. Lembremo-nos da palavra bem formada, assinalando o amor, a fé e a vida.
O dever do cristão é semear
vida, para colher vida; semear a fé, para colher a certeza; semear a caridade,
para colher a benevolência; semear o perdão, para colher a amizade; semear o
amor, para colher a felicidade. Eis as melhores defesas de tudo o que nos
pertence na vida; entretanto, existe o passado a nos cobrar no presente e que,
por vezes, nos leva a ceder a muitas coisas para saldar as dívidas que fizemos,
para descarregarmos as energias inferiores que acumulamos por invigilância. A
vida transformará essas perdas em lições valiosas para o futuro.
A legítima propriedade é
aquela que acumulamos com o trabalho honesto, e a mais legítima são os valores
da alma, que bem conhecemos, e dos quais o Evangelho dá notícias.
O velho texto sagrado,
repetido no livro no qual nos inspiramos, nos diz: "Não roubarás". Se
não roubas, certamente que ninguém roubará de ti, confirmando a palavra de
Jesus, que disse: "- Dai a César o que é de César, e a Deus o que é de
Deus".
Certamente que a justiça que
se pratica defende todos os bens externos, porque os bens imperecíveis, que são
os internos, a esses ninguém tem acesso, por estarem depositados no coração da
vida. Aquele que os conquistou, assegurou-os para a eternidade afora,
garantidos pela luz de Deus no centro do coração. O homem interno passa a
esquecer o homem externo.
O homem superficial gosta de
ser bajulado, ativando a vaidade e a prepotência. Vejamos a sua conduta, que
Mateus descreve no capítulo vintes três, versículos seis e sete, assim
assinalando: Amam o primeiro lugar nos
banquetes e as primeiras cadeiras nas sinagogas, as saudações nas raças
públicas, e o serem chamados mestres pelos homens.
O homem iluminado não se
interessa por essas vaidades breves; apaga-se na humildade, para que o Cristo
cresça no seu íntimo. Isto basta para ter vida, dentro da vida de Deus.
O livro dos Espíritos. Allan Kardec. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB, DF.
Filosofia espírita. Psicografada por João Nunes Maia/Miramez. Fonte viva, Belo Horizonte. 10 volumes.
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