ESPERANÇAS
E CONSOLAÇÕES
CAPÍTULO
II - PENAS E GOZOS FUTUROS
Nada.
Vida futura
959. Donde nasce, para o
homem, o sentimento instintivo da vida futura?
“Já
temos dito: antes de encarnar, o Espírito conhecia todas essas coisas e a alma
conserva vaga lembrança do que sabe e do que viu no estado espiritual.” (393)
A.K.:
Em todos os tempos, o
homem se preocupou com o seu futuro para lá do túmulo e isso é muito natural.
Qualquer que seja a importância que ligue à vida presente, não pode ele
furtar-se a considerar quanto essa vida é curta e, sobretudo, precária, pois
que a cada instante está sujeita a interromper-se, nenhuma certeza lhe sendo
permitida acerca do dia seguinte. Que será dele, após o instante fatal? Questão
grave esta, porquanto não se trata de alguns anos apenas, mas da eternidade.
Aquele que tem de passar longo tempo, em país estrangeiro, se preocupa com a situação
em que lá se achará. Como, então, não nos havia de preocupar a em que nos
veremos, deixando este mundo, uma vez que é para sempre?
A ideia do nada tem qualquer coisa que repugna à
razão. O homem que mais despreocupado seja durante a vida, em chegando o
momento supremo, pergunta a si mesmo o que vai ser dele e, sem o querer,
espera.
Crer em Deus, sem admitir a vida futura, fora um contrassenso. O sentimento de uma existência melhor reside no foro íntimo de todos os homens e não é possível que Deus aí o tenha colocado em vão.
A vida futura implica a conservação da nossa
individualidade, após a morte. Com efeito, que nos importaria sobreviver ao
corpo, se a nossa essência moral houvesse de perder-se no oceano do infinito? As
consequências, para nós, seriam as mesmas que se tivéssemos de nos sumir no
nada.
Vida
futura
O
instinto do homem, reconhecendo a vida futura, lhe vem do seu conhecimento,
antes de vestir-se de carne no mundo terreno. Ele é, pois, instruído no mundo
espiritual sobre todas as leis que comandam e regem as vidas e as coisas na
Terra, aí existindo e entrando no processo de reencarnação, quantas vezes forem
necessárias. O ser humano guarda na consciência todos os transes de vida e
morte e, principalmente, de que viverá depois do túmulo. Todos têm intuição
disso, desde o índio, até o mais civilizado e, ainda mais, todas as religiões e
filosofias espirituais estudam esse assunto, mostrando aos seus seguidores que
ninguém morre.
A consciência fala todos os
dias; isso é tema comum na acústica da mente. A Doutrina dos Espíritos traz
para a humanidade a certeza da continuação da vida depois da morte do corpo, e,
para tanto, os que já se foram para a espiritualidade estão voltando, como o
fez Jesus, deixando Sua mensagem de vida e meio mais fácil de viver, alcançando
a tranquilidade e aumentando, desse modo, a esperança.
Todo homem conserva vaga
lembrança do que viu e sentiu antes de tomar um corpo de carne. Deus não deixa
alma alguma sem essa esperança. Todas as nações preocupam-se com o seu futuro e
as religiões revestem essa crença com fórmulas que hoje não têm mais razão de
ser. Se tudo se aperfeiçoa, quanto mais as coisas espirituais!
Jesus foi luz que eliminou
as trevas, mostrando, com a Sua ressurreição, que realmente ninguém morre,
aparecendo diversas vezes e se mostrando como era para ser conhecido a todos os
Seus seguidores.
Se o Espiritismo é a
continuação do Cristianismo, ele faz o mesmo. Pela mediunidade, é mostrada aos
que ficaram na Terra, a presença do Espírito por variados meios, de modo que
ninguém pode negar a evidência. Pode-se dizer que não existe uma família na
face da Terra que já não teve um testemunho de que seus parentes e amigos
continuam vivos. Os meios são muitos e eles os usam para dizer que estão mais
vivos que antes.
Fonte:
O livro dos
Espíritos. Allan Kardec. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB, DF.
Filosofia espírita. Psicografada por João Nunes Maia/Miramez. Fonte viva, Belo Horizonte. 10 volumes.
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