ESPERANÇAS
E CONSOLAÇÕES
CAPÍTULO
I – PENAS E GOZOS TERRESTRES
Desgosto
da vida. Suicídio
943. Donde nasce o desgosto
da vida, que, sem motivos plausíveis, se apodera de certos indivíduos?
“Efeito
da ociosidade, da falta de fé e, também, da saciedade.
“Para
aquele que usa de suas faculdades com fim útil e de acordo com as suas aptidões
naturais, o trabalho nada tem de árido e a vida se escoa mais rapidamente. Ele
lhe suporta as vicissitudes com tanto mais paciência e resignação, quanto obra
com o fito da felicidade mais sólida e mais durável que o espera.”
Desgosto pela vida
Aquele que se desgosta da
vida e pratica o suicídio, o faz pela ignorância dos verdadeiros processos de
despertamento dos seus valores espirituais. Quantos já passaram por esses meios
que lhes fizeram sofrer duramente as consequências? Muitos e muitos, e por meio
da mediunidade, eles vieram contar seus sofrimentos, buscando evitar que outros
venham a passar pelos mesmos caminhos.
Se tudo tem uma razão de ser, não podemos nos basear nesta razão, cruzando os braços em sequencias de atitudes que nos fazem sofrer. Existem, essa é a verdade, muitas coisas que ainda estão escondidas nas dobras do tempo, e não chegou a hora de serem reveladas, todavia, a posição do homem é esforçar-se para dar exemplos nobres em todas as suas atitudes. Ele deve ser um semeador, que deve saber que somente colhe o que planta. Nesta atitude, procura selecionar o que lança na Terra dos corações.
Deves e podes fecundar o
amor em todas as direções da vida. Consciente desta verdade, o mundo se tornará
para ti um paraíso. As distorções da vida nascem sempre da ociosidade. O trabalho
é a melhor terapia para a vida equilibrada.
O ato de Deus para criar,
constitui-se no trabalho cheio de esperança. Tudo Ele fez e faz com amor e tudo
espera de Seus filhos, que para tanto foram criados nesse amor. Para nos
instruir, Ele mandou Seu filho do coração, Jesus, para nos mostrar pelo exemplo
como devemos amar.
Tudo responde ao nosso amor,
das pedras aos Espíritos Puros, no plano das atividades a que pertencem na
escala da evolução. O desgosto pela vida vem por falta de atenção ao dever, e
esquecimento de compromissos.
Nas tuas orações, deves
pedir somente trabalho, pois o trabalho digno te inspira a fraternidade e a
alegria. Começa pelos labores materiais, até atingires a essência do exercício
da caridade. O Espírito, quanto mais elevado, mais trabalha na co-criação com
Deus e quanto mais realiza, mais sente a felicidade.
O desgosto pela vida nos
conduz ao enfado. Procura incentivar teu próximo, ainda mesmo quando seja ele
de pouca idade, a desenvolver algum trabalho, mesmo não precisando de trabalhar
para viver. O trabalho é sinal de grandeza d'alma e quando ele é feito com
honestidade, é Deus se movendo nas tuas mãos e Jesus filtrando os teus
pensamentos.
Quando Jesus estava na Terra
a serviço de Deus, nos deu uma mostra da Sua certeza do dever cumprido e do que
deveria suportar para fazer a vontade d'Aquele que Lhe enviou.
E, cuspindo Nele, tomaram o
caniço, e davam-lhe com ele na cabeça. (Mateus, 27:30)
Mas o Mestre, convicto do
Seu dever, e que se encontrava no trabalho com o Pai, sofria calado, porém
esplendendo de contentamento, pois vencido pela ignorância dos homens, era
vencedor com Deus, no despertamento espiritual das criaturas para a vida
eterna. Se sofres no trabalho com amor, continua a trabalhar, que as pedradas
se tornarão em flores no futuro e vencerás com Jesus, o que significa a maior
vitória para o teu coração. O que acontece é que por vezes não buscas a raiz.
Mais tarde compreenderás, no perpassar dos tempos. Deus conhece a hora certa
para revelar as Suas leis g a Sua vontade. Aumenta a fé e trabalha em muitas
frentes, para que possas compreender um pouco mais de todos os acontecimentos;
assim, serás feliz com o que irá acontecer.
Não julgues os desesperados,
como os que se desgostam da vida; eles são igualmente filhos de Deus, feitos
para os mesmos destinos. Quem sabe se os grandes instrutores não passaram pelos
mesmos caminhos, em passado remoto? é por isso que eles têm paciência conosco e
nos esperam o despertamento, qual um nascimento para a vida feliz.
Fonte:
O livro dos Espíritos.
Allan Kardec. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB, DF.
Filosofia espírita. Psicografada por João Nunes Maia/Miramez. Fonte viva, Belo Horizonte. 10 volumes.
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