AS
LEIS MORAIS
CAPÍTULO XII – PERFEIÇÃO MORAL
As virtudes e os vícios
899. Qual o mais culpado de
dois homens ricos que empregam exclusivamente em gozos pessoais suas riquezas,
tendo um nascido na opulência e desconhecido sempre a necessidade, devendo o
outro ao seu trabalho os bens que possui?
“Aquele
que conheceu os sofrimentos, porque sabe o que é sofrer. A dor, a que nenhum
alívio procura dar, ele a conhece; porém, como frequentemente sucede, já dela
se não lembra.”
Mais culpado
O homem mais culpado, quando na Terra, é o que leva uma vida de opulência, alimentando o egoísmo, tendo já experimentado vida de miséria, no meio dos pobres, já sabendo, portanto, o que eles passam. Certamente, o que nasceu no berço de ouro, não tendo compaixão dos que sofrem, igualmente responde pela dureza de seu coração, no entanto, o outro sofre com mais intensidade no tribunal da sua própria consciência.
Ser. rico não é ter
felicidade, nem tão pouco sofrer o inferno na alma. O ouro não pensa e não
sente, apenas obedece aos sentimentos de quem o utiliza. A riqueza é abençoada,
dependendo de quem a direciona, e a pobreza ensina a criatura a usar os bens
materiais, quando os possuir.
João, no capítulo seis,
versículo vinte e oito, escreveu o seguinte:
Dirigiram-se, pois, a ele,
perguntando:
Que faremos para realizar as
obras de Deus?
Hoje, pela ajuda da Doutrina
dos Espíritos, é fácil saber o que fazer para realizar as obras de Deus. Se
fores dotado de bens materiais, não te esqueças dos que sofrem; se a pobreza te
acompanhar, faz igual à viúva citada no Evangelho: dá com amor teu denário aos
que sofrem mais.
Tudo o que fizeres com amor,
esse amor irradiar-se-á para os corações na luz da caridade. Deus é dono de
tudo, e Ele não se esquece dos Seus filhos, a quem deseja ajudar. Somos ricos,
e temos riqueza com abundância.
Tu, que não desconheces os
sofrimentos dos pobres, se já tens a riqueza, faz o que estiver ao teu alcance
em favor deles, que o teu coração ocupar-se-á com a inspiração divina,
tranquilizando-se a tua consciência. Não percas a oportunidade de servir, que a
semeadura do bem te confere a paz e a esperança do futuro.
O mais culpado dos homens, e
mesmo entre os Espíritos, é aquele que conhece e não pratica, no entanto, mesmo
o que desconhece as leis, responde pela ignorância. Procura conhecer, e conhecer
mais, que pelo conhecimento ficarás mais livre e poderás conquistar mais luz
para o teu caminho.
Para ser menos culpado,
passa a viver o amor, a caridade, sempre perdoando a todos, e que os teus
gastos cativem os teus companheiros, mostrando-lhes os verdadeiros caminhos,
por onde eles poderão se libertar.
Poderás ser mais culpado, se
puderes fazer o bem e esquecer a caridade.
Serás mais culpado, se
tiveres oportunidade de perdoar, ignorando esse gesto.
Serás mais culpado, se
aparecerem meios de servir teus irmãos e deixares passar esse ensejo, esfriando
o coração.
Se já sofres também,
esquecendo os infortúnios dos outros, serás julgado pelo tribunal da
consciência, que é implacável nos teus caminhos. Cumpre o teu dever em todos os
rumos da tua existência, amando a todos sem exigir amor e perdoando sem exigir
perdão. Não faças o bem exigindo o bem, ou pela satisfação pessoal. Ama, e tudo
te será dado por misericórdia.
Fonte:
O livro dos
Espíritos. Allan Kardec. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB, DF.
Filosofia espírita. Psicografada por João Nunes Maia/Miramez. Fonte viva, Belo Horizonte. 10 volumes.
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